As declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa,
sobre a existência de um suposto “conluio” entre advogados e juízes
foram rebatidas pela OAB e por várias associações de magistrados.
Um dos que mais se indignaram com a acusação de Joaquim Barbosa foi
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB-RJ e filho do desaparecido político
pernambucano Fernando Santa Cruz Oliveira.
Veja o que ele disse ao Jornal do Brasil desta quinta-feira sobre as declarações do presidente do STF:
“O ministro Joaquim Barbosa usa isso para se defender, porque ele não
recebe os advogados. Fez um pré-julgamento das relações humanas, é um
moralismo tosco. Ele tenta criar uma cultura muito ruim, de inimizade
entre advogados e juízes. Óbvio que se forem íntimos, a própria lei
proíbe que atuem no mesmo processo. Mas ter uma relação cordial? O
advogado ir até o juiz conversar sobre determinada ação? Nisso não há
problema nenhum”.
Adiante: “No tempo da ditadura, os ministros do STF recebiam os
advogados, nem que fosse para negar um habeas corpus. Ele está
transmitindo uma mensagem muito ruim. Quer o afastamento do advogado do
dia a dia da Justiça. Está criando um clima de desconfiança entre
advogado e juiz e, pior, de suspeita da sociedade em relação a ambos”.
Já a Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), em nota divulgada
ontem, disse que “as generalizações resultam sempre em injustiça” e
pediu ao ministro que dê nomes aos bois.
Para quem virou quase uma “unanimidade nacional” após o julgamento do
“mensalão”, essas críticas ao seu comportamento devem tê-lo incomodado
bastante.
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