A Polícia Civil de Breu Branco, no Pará, prendeu no
último sábado Rafael da Silva Ribeiro, de 27 anos, conhecido hoje na
cidade como “Canibal de Breu Branco”. Policiais encontraram duas
mulheres esquartejadas e enterradas no quintal de Rafael, que admitiu o
crime. Uma delas era sua mulher, Joana Cristina da Silva Soares, de 48
anos. Na geladeira do assassino confesso, havia um coração, pedaços de
carne, além de uma garrafa com dois litros de sangue. Todo material
encontrado era humano. Apesar de ter sido classificado como “canibal”
por moradores, ele nega ter consumido as partes dos corpos das vítimas.
Em depoimento, o criminoso afirmou que as guardava apenas como
“lembrança”, pois “uma voz” pedia que fizesse isso.
O delegado Rommel Souza, responsável pelo caso, conta que Rafael não aponta sinais de transtornos mentais e que age com frieza:
— Ele é uma pessoa muito fria e inteligente. Ele olhou para
mim e disse “delegado, o senhor pensou que o sangue na garrafa era
vinho, né? Parece pra caramba”. Ele está sendo interrogado por várias
pessoas diferentes e confessou os crimes, mas disse que se deixássemos
ele dormir, ele conseguiria nos convencer do contrário.
Os policiais da Delegacia Civil de Breu Branco chegaram até
Rafael após uma denúncia do irmão da segunda vítima, Maria Zélia Ribeiro
dos Santos, de 46 anos. Ele foi à delegacia após a irmã passar a noite
fora de casa. Durante a investigação do desaparecimento, os agentes
chegaram até um bar onde Maria Zélia havia sido vista pela última vez
acompanhada de Rafael, antes dos dois pegarem um moto-táxi. Através do
mototaxista, a polícia chegou até o endereço do criminoso.
Maria Zélia foi a primeira a ser encontrada enterrada e
esquartejada no quintal de Rafael, assim como Joana Cristina, localizada
em uma segunda busca. Na casa dele, também foram encontradas uma pá, um
cavador e uma enxada com restos de areia. Um lençol sujo de sangue
estava no quintal e o colchão do quarto também tinha marcas de sangue.
Rafael foi mandado para a delegacia de Tucuruí, a 20
quilômetros de Breu Branco, devido à revolta da população. Segundo o
delegado, cerca de 500 pessoas protestaram em frente a delegacia no
final de semana. Eles encontram dificuldades para a transferência do
preso:
— Na verdade não sabemos nem para onde mandar esse homem. O
diretor do presídio de Tucuruí já avisou que os presos se rebelaram. Ou
seja, se ele for para lá, ele morre — disse o delegado.
O delegado Rommel conta também que denúncias contra o
criminoso foram encontradas em outras localidades, como Rio Grande do
Norte, algumas cidades de Goiás, além dos municípios de Tucuruí,
Altamira e Redenção, no próprio Pará. Segundo ele, as denúncias apontam a
preferência de Rafael por vítimas de meia idade.
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