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Militares são acusados de espancar e obrigar 17 adolescentes a atravessar o Rio Capibaribe nadando. Dois não sabiam nadar e morreram. Audiência será retomada às 9h desta quinta-feira.
Quatro dos oitos policiais militares acusados de participar da agressão a um grupo de 17 adolescentes que resultou na morte de dois deles começaram a ser julgados nesta quarta-feira. O primeiro dia de audiência teve até mesmo a prisão de um sobrevivente após prestar depoimento. Nesta quinta, a partir das 9h, a sessão recomeça com a fase de debates entre defesa e acusação. O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Ernesto Bezerra Cavalcanti, coordena o júri no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra. A previsão é que a sentença seja definida até a madrugada desta sexta.
A princípio, cinco policiais seriam julgados pela morte de Diogo Rosendo Ferreira, 15 anos, e pelas tentativas de homicídios contra outros sete adolescentes, no entanto, o tenente Sebastião Antônio Félix teve a data de julgamento remarcada para o dia 14 de julho a pedido do seu novo advogado.
Estiveram sentados no banco dos réus os ex-sargento Aldenes Carneiro da Silva, os ex-soldados José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva e o soldado Irandi Antônio da Silva. Os outros três militares denunciados pela morte do adolescente Zinael José de Souza e pelas tentativas de assassinato contra as demais vítimas ainda não têm data para serem julgados.
Após a escolha dos sete jurados que formaram o Conselho de Sentença, o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti deu início ao julgamento. O advogado Emerson Leônidas, que assumiu a defesa do réu Sebastião Félix, alegou que não poderia atuar na defesa perante o júri, pois não teve acesso ao processo de mais de duas mil páginas. Os advogados que defendiam o tenente renunciaram ao caso antes do início da sessão. “Aqueles meninos estavam realizando arrastões no Centro do Recife e foram detidos por causa disso. Eles foram deixados em Joana Bezerra para irem para suas casas, no bairro de Afogados”, alegou o tenente. Após ter sido dispensado pelo juiz, Sebastião Félix continuou assistindo ao julgamento dos outros quatro réus.
Estiveram sentados no banco dos réus os ex-sargento Aldenes Carneiro da Silva, os ex-soldados José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva e o soldado Irandi Antônio da Silva. Os outros três militares denunciados pela morte do adolescente Zinael José de Souza e pelas tentativas de assassinato contra as demais vítimas ainda não têm data para serem julgados.
Após a escolha dos sete jurados que formaram o Conselho de Sentença, o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti deu início ao julgamento. O advogado Emerson Leônidas, que assumiu a defesa do réu Sebastião Félix, alegou que não poderia atuar na defesa perante o júri, pois não teve acesso ao processo de mais de duas mil páginas. Os advogados que defendiam o tenente renunciaram ao caso antes do início da sessão. “Aqueles meninos estavam realizando arrastões no Centro do Recife e foram detidos por causa disso. Eles foram deixados em Joana Bezerra para irem para suas casas, no bairro de Afogados”, alegou o tenente. Após ter sido dispensado pelo juiz, Sebastião Félix continuou assistindo ao julgamento dos outros quatro réus.
Policiais disseram que cumpriam ordens
Os quatro policias que estão sendo julgados foram ouvidos na tarde e início da noite de ontem. O último a falar foi Irandi Antônio da Silva, que chorou várias vezes enquanto era questionado pelo advogado José Siqueira. Ele disse que foi torturado pela Corregedoria da PM para assumir que teria obrigado os adolescentes a entrar no rio. O discurso dos quatro réus está afinado. Todos eles fizeram afirmações indicando que a responsabilidade sobre tudo que aconteceu naquela noite é exclusivamente do tenente Sebastião Antônio Félix, comandante do grupo na ocasião. De acordo com o depoimento dos quatro, o tenente Félix teria agredido sozinho os 17 adolescentes e obrigado eles a entrar no rio.
O advogado José Siqueira bateu forte na tecla de que todos os policiais estavam cumprindo ordens e aprendem no quartel que não podem desobedecer os superiores. Os quatro policiais também argumentaram que em nenhum momento os adolescentes contaram que não sabiam nadar, pois se os meninos tivessem falado teriam sido mandados embora.
“Quando tudo aconteceu, os policiais optaram pelo silêncio porque esperavam que o tenente assumisse sua responsabilidade, como de fato assumiu. Está lá no depoimento do tenente: ‘sou o único responsável pelo acontecido’. Soldado não pode questionar ordem de policial”, afirmou José Siqueira. “É impossível um homem sozinho controlar 17 rapazes detidos. Isso é acreditar em papai Noel e história da carochinha. É claro que todos eles participaram”, afirmou o promotor André Rabelo.
O advogado José Siqueira bateu forte na tecla de que todos os policiais estavam cumprindo ordens e aprendem no quartel que não podem desobedecer os superiores. Os quatro policiais também argumentaram que em nenhum momento os adolescentes contaram que não sabiam nadar, pois se os meninos tivessem falado teriam sido mandados embora.
“Quando tudo aconteceu, os policiais optaram pelo silêncio porque esperavam que o tenente assumisse sua responsabilidade, como de fato assumiu. Está lá no depoimento do tenente: ‘sou o único responsável pelo acontecido’. Soldado não pode questionar ordem de policial”, afirmou José Siqueira. “É impossível um homem sozinho controlar 17 rapazes detidos. Isso é acreditar em papai Noel e história da carochinha. É claro que todos eles participaram”, afirmou o promotor André Rabelo.
Preso após prestar depoimento
Oito vítimas dos militares foram ouvidas nesta quarta. Uma delas, atualmente com 25 anos, acabou sendo presa depois de prestar depoimento. O advogado dos PMs, José Siqueira, informou que havia quatro mandados de prisão contra Tiago Severino da Silva por ações cometidas em 2008, 2010 e 2011. No entanto, só um dos mandados provocou sua prisão, porque os outros três haviam prescrito. O rapaz teria praticado violência contra uma menina.
Relembre o caso
Relembre o caso
Um grupo de 17 adolescentes foi abordado por duas viaturas da Polícia Militar, sendo uma do Batalhão de Radiopatrulha e outra do 16º BPM, nas imediações do Cais de Santa Rita. Os rapazes seguiam para o Marco Zero, onde iriam brincar carnaval. Na época, eles contaram que foram colocados dentro das viaturas, circularam por várias ruas da cidade e depois foram levados para as imediações do Fórum do Recife, em Joana Bezerra. Lá, os adolescentes disseram ter sido espancados de cassetetes, foram agredidos com tapas e depois obrigados a entrar na maré. Como não sabiam nadar, Diogo e Zinael morreram afogados. Os outros garotos conseguiram sobreviver. Familiares das vítimas afirmaram que os meninos foram confundidos com um grupo que estava realizando furtos no Bairro do Recife.
Fonte: Diário de Pernambuco
Publicado por: Simone Gomes
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