Reportagem de VEJA desta semana revela que, para evitar candidatura de antecessor, presidente desvia o governo de seu foco primordial, que é governar
Otávio Cabral
AÇÃO
E REAÇÃO - Dilma tem sua candidatura lançada por Lula em São Paulo, o
que levou o tucano Aécio Neves a fazer um discurso de candidato,
mostrando treze problemas do governo petista (Jefferson Coppola)
No
fim da manhã de 25 de janeiro deste ano, o carro oficial da Presidência
da República estacionou em uma rua calma do bairro do Ipiranga, em São
Paulo. Acompanhada por um assessor e um segurança, a presidente Dilma
Rousseff desceu e entrou no Instituto Lula para uma reunião que ela
considerava fundamental. Dilma dispensou o staff e se fechou em uma sala
com seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Foi direta. Queixou-se
de que as constantes viagens e entrevistas de Lula davam a impressão de
que ele queria voltar à Presidência. E que essa interpretação ganhara
força com a intenção do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),
de disputar a eleição presidencial.
Aliados
do ex-presidente estavam espalhando que Eduardo só desistiria para
apoiar uma candidatura de Lula, jamais para se aliar à presidente. Dilma
perguntou diretamente se Lula tinha pretensões presidenciais. “Não sou
candidato. Você é a candidata”, respondeu o antecessor. Ela, então, fez
um pedido. Queria que ele declarasse publicamente o que acabara de dizer
na sala fechada antes de iniciar uma caravana pelo Brasil, prevista
para março. Sem ter como negar, ele aceitou.(Blog do Magno Martins)
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