Pyongyang disse que pode tomar 'segundo e terceiro passos' após um teste nuclear realizado
GENEBRA - A Coreia do Norte ameaçou a Coreia do Sul com uma "destruição final" durante debate da Conferência de Desarmamento da ONU, nesta terça-feira, 19, e alertou que pode tomar "segundo e terceiro passos" após um teste nuclear realizado na semana passada.
"O comportamento errático da Coreia do Sul irá apenas anunciar a sua
destruição final", disse o diplomata norte-coreano Jon Yong Ryong
durante o encontro.
Japão defende direito de fazer ataque preventivo
Dias após teste nuclear norte-coreano e em meio a disputa com China por ilhas, ministro diz que segurança na Ásia mudou
O ministro da Defesa do Japão, Itsunori Onodera, disse ontem que o
país tem o direito de reforçar sua capacidade de defesa com vistas a um
possível ataque preventivo contra uma iminente agressão, em razão a
mudanças que se verificam na área da segurança. Ele disse que o país não
têm planos de ataque.
Qualquer sinal de que o Japão estaria reforçando sua força de defesa
numa resposta ao programa nuclear norte-coreano poderá inquietar seus
vizinhos, China e Coreia do Sul, que já reagiram vigorosamente contra
esta ideia em ocasiões passadas.
"Quando a intenção de um ataque contra o Japão ficar evidente, a
ameaça for iminente e não houver nenhuma outra opção, o Japão, por lei,
pode atacar alvos inimigos", declarou Onodera em entrevista à Reuters.
"Diante da sua índole política e o tipo de diplomacia direcionada
para a paz que o país adota, não é momento para tais preparativos. Mas
precisamos observar atentamente as mudanças que surgirem na área da
segurança na região", disse.
A Coreia do Norte realizou seu terceiro teste nuclear na terça-feira,
tendo sido criticada por EUA, Japão, Europa e seu único grande aliado,
que é a China. Onodera afirmou que o Japão necessita reforçar seu
sistema de defesa contra mísseis balísticos face à ameaça norte-coreana.
O ministro não quis dizer se é urgente suspender a proibição,
estabelecida na Constituição, de o país exercer o direito de autodefesa
coletiva ou apoiar um aliado que esteja sendo atacado. O exercício deste
direito é proibido pela Constituição pacifista do Japão, mas o
primeiro-ministro Shinzo Abe deixou claro que pretende revogar essa
cláusula.
Onodera insistiu que a China se una a EUA, Japão e outros países para
impor sanções ainda mais severas à Coreia do Norte, observando que
Pyongyang realizou seu teste nuclear contrariando recomendação da China
para não seguir adiante com a experiência. "Acho que a China é o país
mais preocupado com o desenrolar da situação."
Onodera insistiu que a China deve trabalhar com o Japão no
estabelecimento de uma linha direta de comunicação e outros meios de
contato entre Tóquio e Pequim para impedir qualquer confronto acidental
envolvendo as ilhotas do Mar da China Oriental, reiterando que tais
ilhas pertencem ao Japão.
As relações sino-japonesas esfriaram drasticamente depois que o
governo do Japão nacionalizou três das ilhas que são objeto da disputa,
chamadas Senkaku no Japão e Diaoyu na China.
A briga se intensificou e os dois lados enviaram caças para a região,
enquanto navios de patrulhamento de ambos os países passaram a se
vigiar, provocando temores de que uma colisão indesejada ou qualquer
outro incidente pudesse levar a um confronto mais sério. "Já foi firmado
um acordo preliminar entre Japão e China no sentido de criarmos um
mecanismo de comunicação marítima", afirmou o ministro. "Tal mecanismo
deve abranger reuniões anuais, encontros de especialistas, linhas
diretas de comunicação entre membros do alto escalão do governo e
comunicações diretas entre navios e aviões na área."
Onodera disse que uma fragata chinesa apontou seu radar de
rastreamento de alvo para um destróier japonês no dia 30 - medida que
geralmente precede disparos de bombas. Mas a China insistiu que seu
navio usou apenas seu radar de vigilância. Ele disse também na
entrevista que o Japão tem dados que apoiam sua alegação, mas foi
cauteloso em fornecer mais informações. "Temos dados irrefutáveis. Mas
sua divulgação também pode revelar nossos vários recursos de defesa." /
NYT
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