Os deputados estaduais da Bancada de
Oposição na Assembleia Legislativa (Alepe) reuniram-se nesta segunda-feira (06),
com representantes do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). Participaram
da reunião, realizada na Assembleia, os deputados Silvio Costa Filho (PTB),
Socorro Pimentel (PSC), Edilson Silva (PSOL), Odacy Amorim (PT), Augusto César
(PTB), Romário Dias (PTB) e Julio Cavalcanti (PTB). Representando o Simepe, estiveram
o presidente da entidade, Mario Jorge Lobo, o vice-presidente, Tadeu Calheiros
e a Secretaria Geral, Claudia Beatriz.
Na reunião, foram discutidos temas como a falta
de uma política de recursos humanos adequada na área de saúde em Pernambuco, a
deficiência no atendimento materno-infantil, e a relação do Estado com as Organizações
Sociais (OSs), responsáveis pela gestão das Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs). Os deputados ouviram relatos da falta de médicos nos hospitais, a
ausência de políticas de valorização profissional e o estresse à que são
submetidos os profissionais de saúde, devido às longas jornadas de trabalho.
Sobre a gestão das UPAs pelas Organizações
Sociais, o presidente do Simepe, Mario Jorge, diz que chama sobretudo a atenção
o custo da manutenção das Unidades, que hoje chega a ser três vezes maior do
que se fossem geridas pelo Estado. Mario Jorge cobra uma maior transparência na
aplicação dos recursos públicos repassados para as Organizações Sociais que
administram as UPAs.
Ainda segundo o presidente da Simepe, o
sistema de saúde do Estado enfrenta hoje uma diminuição da prestação de
serviços destas Organizações Sociais. “Há um claro processo de redução de
prestação de serviços. Temos unidade que fecha o plantão de ortopedistas à
noite, outra reduz o quantitativo de pediatras”, exemplifica.
Para ele, outro equívoco da gestão na saúde
é a falta de investimento na atenção primária.
“Essa história de que as UPAs resolvem o problema da saúde, porque dão
alta imediata, é uma falácia. A UPA pode resolver a urgência, mas não o caso do
paciente. O paciente com uma crise hipertensiva tem o atendimento na UPA mas
não sai de lá com um acompanhamento. Ele volta várias vezes à Unidade com o
mesmo problema, e isto aumenta o custo da saúde para o Estado”, reforça.
Ao final do encontro, o líder da Bancada de
Oposição, Silvio Costa Filho, afirmou que a questão da saúde pública precisa
ser amplamente discutida e que, por isso, a Assembleia Legislativa realizará
audiências públicas para ouvir o Governo do Estado, o Simepe e outras
organizações, sobre a real situação do atendimento que tem sido prestado à
população, além da utilização de recursos públicos no financiamento dos
hospitais e UPAs, e a política de valorização dos profissionais do setor.
“A bancada de oposição está iniciando agora
em abril uma ampla discussão sobre a saúde pública de Pernambuco. Já
conversamos com o Cremepe, o Simepe, e vamos nos encontrar também com outras
entidades para realizar um diagnóstico sobre a realidade do setor. A população
hoje tem de conviver com os péssimos serviços oferecidos pela rede de saúde
estadual. Há todo tipo de problemas. Falta de medicamentos, dificuldade no
acompanhamento dos pacientes, demora na marcação de consultas e na realização
de exames, falta de especialistas e médicos sobrecarregados, só para citar
alguns”, lista Silvio Costa Filho.
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