Valor final da Arena Pernambuco pode chegar a R$ 796 milhões
Valor inicial passou de R$ 479 milhões para R$ 532 milhões, diz governo.
Odebrecht pede mais R$ 264 milhões em aditivos, que serão negociados.
Segundo governo, aditivos são necessários porque a Arena Pernambuco precisou ser entregue antes do prazo inicial, que era a Copa do Mundo; estádio ficou pronto em
abril de 2013, a tempo de garantir a participação do estado na Copa das
Confederações (Foto: Luna Markman / G1)
Dois anos após a entrega da Arena Pernambuco, o custo final do estádio
construído para a Copa do Mundo de 2014 ainda é um mistério. O Governo
do Estado já admitiu que a obra, calculada inicialmente em R$ 479
milhões, encareceu com o passar do tempo, mas nunca revelou o valor
exato. Agora, a vice-governadoria informou que o custo final subiu para
R$ 532 milhões devido ao tempo de execução do projeto. Mas a Odebrecht,
responsável pela construção, pediu mais R$ 264 milhões em aditivos para
garantir a entrega antecipada na Copa das Confederações de 2013 -- com
isso, o valor final chegaria a R$ 796 milhões. O governo não aceita o
valor dos aditivos e diz que R$ 23 milhões a mais seriam suficientes.
Com a peleja, nenhum aditivo foi liberado até agora e o caso será
discutido em uma câmera de arbitragem. Só depois disso, será definido o
valor extra a ser pago e, consequentemente, o custo total do
empreendimento.
Procurada pelo G1 por meio da assessoria de comunicação, a Odebrech informou que "confirma os valores informados pelo governo do estado".
No contrato que estabelece a construção como uma parceria
público-privada (PPP) entre o Governo de Pernambuco e o grupo Odebrecht
está previsto um dispositivo de negociação, caso haja desacordo entre as
partes. Segundo o documento de concessão, esse dispositivo é uma câmara
de arbitragem, que deve ser composta por três juízes: um indicado pelo
governo, outro pela empresa e o terceiro acordado pelos outros dois
juízes. Por meio da assessoria de comunicação, a vice-governadoria de
Pernambuco confirmou que a câmara de arbitragem será instaurada em
breve, mas ainda não estabeleceu uma data para a indicação dos juízes,
que devem ser engenheiros ou técnicos capazes de avaliar o projeto e o
andamento da construção.
Ainda segundo a vice-governadoria, a Odebrecht já havia solicitado a
instauração da câmara em setembro do ano passado. No entanto, como era o
final da gestão de João Lyra Neto, a questão ficou para o novo
governador, Paulo Câmara. Com a troca de governo, o caso também mudou de
pasta: passou da Secretaria de Planejamento e Gestão para a
Vice-Governadoria. No final de 2014, o G1 entrou em
contato com a Secretaria de Planejamento, mas foi informado pela
assessoria de comunicação que o valor final da Arena Pernambuco ainda
não havia sido definido.
Nesta terça-feira (24), a vice-governadoria explicou que ainda não
instaurou a câmara porque estava tomando conhecimento de todos os
documentos e trâmites referentes ao caso, mas deve fazer isso em breve. O
órgão ainda afirmou que o governo não aceita os R$ 264 milhões pedidos
pela Odebrecht porque uma consultoria técnica indicou a necessidade de
apenas R$ 23 milhões em aditivos.
O fato é que, sem acordo, o aditivo ainda não foi pago, bem como o
total do valor inicial. Segundo a vice-governadoria, no início de 2013,
R$ 388 milhões foram pagos à Odebrecht. No início deste ano, foram mais
R$ 40 milhões. O pagamento dos R$ 90 milhões restantes está sendo
analisado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e deve entrar
na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015.
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