segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"Porque eu quis. Pode ir lá e denunciar, tá bom?


Embora a ação da polícia tenha sido elogiada pela Secretaria de Segurança, relatos de manifestantes de sábado, que denunciaram o uso da força sem necessidade, são comprovados por meio de imagens. Um vídeo divulgado   na internet mostra um capitão do Batalhão de Choque da PM  atingindo intencionalmente manifestantes com spray de pimenta   durante o protesto no Dia da Independência.


No vídeo, feito por ativistas, os manifestantes atingidos não estavam agindo violentamente nem tentando passar pelo limite imposto. O manifestante que faz as imagens pergunta, então, por que o capitão havia jogado o gás. "Porque eu quis. Pode ir lá e denunciar, tá bom? Capitão Bruno, BP Choque", respondeu o policial.

O chefe da assessoria da SSP-DF, Carlos Carone, disse que tinha conhecimento do vídeo. Ele informou que o caso só será investigado se uma queixa formal for feita à Corregedoria da PM. O mesmo vale para outras agressões cometidas contra manifestantes ou jornalistas.

"Os que se sentem agredidos, ofendidos ou ameaçados têm que fazer a denúncia na corregedoria. Se não há denúncia, fica como se não houvesse crime", afirmou.



Punição


Se houver denúncias, os casos serão investigados e os policiais podem ser punidos com advertências leves ou até prisão militar. Carone disse que eventuais excessos da polícia   são punidos exemplarmente e que, por isso, abusos não são comuns na corporação.
Questionado sobre um vídeo publicado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, que mostra dois manifestantes, já presos, sendo agredidos pela polícia, Carone respondeu que não era possível saber se o vídeo era realmente deste sábado. Ele afirmou que os policiais que aparecem nas imagens serão ouvidos sobre o caso.

Agressões a profissionais da imprensa

A reportagem questionou a assessoria de imprensa da PM sobre o vídeo postado ontem e sobre o uso de spray de pimenta também contra jornalistas. Há inúmeros registros de policiais atingindo intencionalmente profissionais de imprensa. O assessor, que se identificou como sargento Gomes, não quis se manifestar e disse que não iria acionar o comandante-geral da PM, Jooziel de Melo Freire.

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