O presidente americano, Barack Obama, e Dilma Rousseff se reuniram nesta quinta-feira (5) à noite --horário da Rússia-- em um encontro paralelo à cúpula de chefes de Estado do G20, informou a Casa Branca. "O presidente se reuniu com a presidente Rousseff entre a primeira reunião plenária do G20 e o jantar" de trabalho, acrescentou.
A assessoria de imprensa do Planalto não tem informações sobre o encontro e a delegação brasileira que está na Rússia não atendeu aos telefonemas da reportagem do UOL.
Obama e Dilma chegaram sozinhos nesta quinta ao jantar oficial do G20, e muito atrasados em comparação com os demais chefes de Estado e de governo. O americano caminhava sozinho por volta das 17h50 GMT (14h50 de Brasília), cerca de meia-hora após o restante dos convidados, pela avenida que leva ao palácio de Peterhof.
Pouco antes foi a vez de Dilma passar pelo local, também atrasada. As relações entre Brasil e Estados Unidos foram afetadas pelas recentes revelações da imprensa segundo as quais a presidente brasileira foi alvo de espionagem por agência americana.
Mais cedo, um assessor da Casa Branca havia dito presidente americano deveria se explicar pessoalmente à Dilma "a natureza dos esforços de inteligência" dos EUA, após denúncias de que conversas da brasileira teriam sido espionadas pela NSA (agência nacional de segurança).
No último fim de semana, uma reportagem da TV Globo denunciou a existência de documentos secretos, vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, que mostram que a NSA teria monitorado conversas entre Dilma e seus principais assessores.
Ben Rhodes, vice-assessor de segurança para comunicações estratégicas da Presidência americana, disse que "a relação com o Brasil é muito importante (para os EUA), não apenas nas Américas, mas no mundo". "Entendemos o quanto isso [a questão de espionagem] é importante para os brasileiros. O que estamos fazendo neste caso, como fizemos desde que as revelações sobre a NSA vieram à tona, é olhar amplamente às alegações e aos fatos", agregou o assessor.
"Coletamos dados de inteligência sobre praticamente todos os países do mundo. Se há preocupações que possamos esclarecer, faremos isso."
Mal-estar As revelações de espionagem causaram mal-estar relação bilateral e colocaram em dúvida a visita de Estado que Dilma deve fazer aos EUA em outubro. Hoje, o Planalto confirmou que cancelou a ida aos EUA, no sábado (6), de uma equipe brasileira que faria os preparativos da viagem oficial da presidente.
O governo não confirma se a equipe agendará nova data para a viagem.
Na segunda-feira (2), o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, classificou o episódio como "uma inadmissível e inaceitável violação da soberania brasileira" e pediu "explicações formais por escrito" --ainda que adotando cautela quanto a eventuais retaliações brasileiras.
A assessoria do vice-presidente americano, Joe Biden, disse que os EUA "continuarão a trabalhar com as autoridades brasileiras" para explicar as denúncias de espionagem e agregou que "o convite para a visita de Estado da presidente Rousseff reflete o interesse dos EUA em aprofundar esse relacionamento vital".
Por volta das 17h20 GMT (14h20 de Brasília), a maioria dos convidados para o jantar concedido pelo presidente russo, Vladimir Putin, já estavam no imponente edifício, ricamente iluminado para a ocasião.
Nas imagens da televisão foi possível ver, por exemplo, a presidente argentina, Cristina Kirchner, conversando com o anfitrião, ou o presidente francês, François Hollande, conversando com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e com a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel.
A crise da Síria, que provocou divisões entre os Estados Unidos e a Rússia, toma conta deste G20, deixando em segundo plano a agenda oficial deste encontro dos principais países desenvolvidos e emergentes. Putin anunciou que o tema seria abordado durante o jantar. Fonte: UOL
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