A Polícia Federal instaurou quinta-feira um inquérito para investigar se o ex-presidente Lula e o ex-ministro Antonio Palocci tiveram participação no escândalo do mensalão. O prazo inicial da investigação é de 30 dias. Se for necessário mais tempo, a Justiça terá que autorizar a prorrogação.
A investigação está a cargo da Delegacia de Crimes Financeiros e a Polícia Federal já fez uma análise da documentação antes de abrir o inquérito, cuja portaria de instauração foi assinada na quinta-feira.
Como se sabe, é a primeira vez que Lula está sendoinvestigado se atuou no mensalão. No processo principal (Ação Penal 470), julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lula não foi réu. Ele prestou depoimento, por ofício, apenas na condição de testemunha chamada por diferentes acusados.
Somente agora a Procuradoria da República (Regional do Distrito Federal) resolveu abrir investigação baseada no último depoimento do operador do esquema, o empresário Marcos Valério. Este depoimento foi prestado à Procuradoria Geral da República em setembro do ano passado, enquanto ocorria o julgamento no STF.
Entre outras acusações, o publicitário afirmou que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, negociaram repasse de US$ 7 milhões para o PT. Valério afirmou que o ex-presidente e Palocci reuniram-se com Horta no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria o valor combinado para o partido. O dinheiro seria usado em campanhas petistas e para pagar mesadas a deputados, segundo Valério.
No pedido enviado à PF, a Procuradoria solicitou "diligências" para averiguar a exata data do encontro citado por Valério. Não há ainda previsão de quando depoimentos serão tomados.
Valério fez outras acusações no depoimento, como a de que Lula se beneficiou diretamente com recursos do esquema.
Jornal Online Araripe Informado
Ernildo Arruda
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