Em Brasília, nesta terça-feira (16), para um almoço com os senadores do bloco União e Força (PTB/PR/ PPL/ PSC ) e um jantar na residência do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), o governador Eduardo Campos (PSB), também aproveitou a viagem para se posicionar sobre outras questões políticas. O socialista, em entrevista à Imprensa, chegou a chamar de casuísmo e agressão uma manobra patrocinada por PT e PMDB para acelerar a tramitação do projeto de lei que restringe o surgimento de novas siglas.
A defesa do socialista acontece um dia depois do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, afirmar que a tendência majoritária de novo partido, que pode ser criado a partir da fusão do PPS com o PMN, é de apoiar a eventual candidatura de Eduardo à Presidência da República em 2014.
O PSB vai se posicionar contrariamente à inibição de novos partidos. Acho que foi dada a possibilidade, há tempos atrás, que surgisse um novo partido, que foi o PSD. Se querem limitar o crescimento com direito a tempo de televisão e a fundo partidário nesse momento, que o faça para a próxima legislatura. Mas agora seria um casuísmo, uma agressão, alertou o governador.
O líder socialista não citou o caso específico de Freire, mas fez referência direta à Rede, partido de Marina Silva, que está em fase de coleta de assinaturas. A possibilidade de mais candidaturas alternativas à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) é vista como uma vantagem para levar a disputa do ano que vem ao segundo turno.
Mas quando questionado sobre as referências irônicas feitas pelo ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro José Dirceu (PT), em ocasiões diferentes, ao comentarem o slong é possível fazer mais apresentada nas inserções do PSB, Eduardo Campos evitou polemizar.
O Lula é muito inteligente, conhece muito o povo brasileiro e sabe que é importante sempre a gente tentar fazer mais. Quanto a Dirceu não vou responder. Não é de hoje que eu divirjo dele, frisou o governador. Na última segunda-feira, no Recife, José Dirceu disse que em Pernambuco também é possível fazer mais.
Com a agenda recheada de compromissos políticos, Eduardo se reuniu por mais de uma hora com senadores e deputados do PSB. Depois, foi recebido em almoço por senadores do bloco União e Força.
Nas conversas, avaliações do cenário econômico e sobre a tramitação de projetos estratégicos no Congresso deram a tônica. O governador reforçou críticas que vem fazendo à gestão do governo federal a gargalos econômicos e de infraestrutura. Acho que os três meses poderiam ser melhores do que foram, disse, quando indagado sobre declaração dada por ele meses atrás, de que os três primeiros meses do ano mostrariam se a presidente Dilma seria capaz de salvar o crescimento de 2013.
Segundo presentes ao almoço, Eduardo citou um cenário de preocupação com a economia. O tema citado pelo governador é a mais incômoda para o governo neste momento: a inflação. Sobre a decisão do governo, anunciada ontem, de afrouxar a meta fiscal revendo a previsão de superávit primário (economia para pagar juros de dívidas), afirmou não ver problemas desde que essas alterações sejam feitas com transparência.
Neste ponto, também fez referência a um ponto crítico do governo, quando, no fim de 2012, a equipe econômica fez uma manobra fiscal para afirmar o cumprimento da meta estabelecida para o superávit. Não vejo nenhuma gravidade que você faça uma repactuação do superávit primário, mas tem que fazer isso de forma clara, transparente, afirmando por que estamos fazendo e em nome de quê. O que efetivamente às vezes complica é quando não se encara com toda tranquilidade e toda clareza. Tivemos exemplo disso no fechamento do ano de 2012, declarou o socialista.
Postado por Ernildo Arruda
Jornal Online Araripe Informado
Nenhum comentário:
Postar um comentário