A denúncia da compra superfaturada de kits escolares e de indícios de irregularidades na licitação para a compra de material escolar pela Prefeitura do Recife, publicada pelo Diario neste domingo (26), ganhou repercussão na Câmara de Vereadores. Os oposicionistas cobraram a gestão pela apuração dos problemas e criticaram a gestão do ex-prefeito João da Costa (PT), período em que as irregularidades foram identificadas. "O superfaturamento é vergonhoso na educação. O próximo capítulo será o da merenda. Os alunos não podem pagar esse preço", afirmou Aline Mariano (PSDB).
O vereador Raul Jungmann (PPS) disse que atuaria em três frentes. A primeira será um pedido de liminar à Justiça para que a prefeitura suspenda os contratos das empresas envolvidas. Também procurará o Ministério Público de Pernambuco para que ele investigue o caso e fará um levantamento na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) dos nomes das pessoas envolvidas e se elas têm participação em outras empresas com vínculo com a gestão municipal.
As vereadoras Aline Mariano e Priscila Krause (DEM), por sua vez, cobraram explicações da atual gestão, comandada pelo prefeito Geraldo Julio (PSB). Segundo elas, o governo precisa se pronunciar sobre as irregularidades. "Esse silêncio de Geraldo Julio só pode ser entendido como o de proteger um aliado. Ele não se posiciona, ele não fala. Por causa de que compromissos, a gente não sabe", criticou Priscila Krause.
Aline Mariano ressaltou que nenhum dos pedidos de informação feitos pela oposição à atual gestão sobre a anterior, de João da Costa, foi respondido. "Cadê nossas respostas? Cobramos a Geraldo Julio várias coisas, como os contratos existentes, mas ele não se posiciona", declarou.
O líder do governo na Câmara, Gilberto Alves (PTN), presente à sessão não se pronunciou. Da base governista, apenas Jairo Britto (PT), cunhado de João da Costa, saiu em defesa do aliado. Segundo ele, é preciso esperar o fim da investigação para se pronunciar. "O governo de João da Costa primou pela transparência e pelo cuidado com os investimentos públicos", disse.
De acordo com a denúncia publicada pelo Diario de Pernambuco neste domingo (26), por causa de irregularidades encontradas em uma auditoria especial na Secretaria de Educação, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) expediu medida cautelar (nº 1302424-3), determinando a suspensão, pela Prefeitura do Recife, do pagamento de R$ 21,7 milhões à WEJ Livraria e Papelaria Ltda (responsável pela venda dos produtos à prefeitura), referentes a restos a pagar do ano letivo de 2012.
Os problemas na aquisição de material escolar pela Prefeitura do Recife começaram em 2009, primeiro ano da administração João da Costa. Naquele ano, foi realizada a única licitação para a compra do material com indícios de superfaturamento de itens de até 455% a prorrogações indevidas de atas de registro de preços.
Com informações da repórter Cláudia Eloi, do Diario de Pernambuco
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