Corregedoria faz operação para prender policiais envolvidos em fraude do DPVAT
Na ação, foram presas 11 pessoas, oito delas são policiais civis
Rio - A Corregedoria Interna da Polícia Civil (COINPOL) realiza, nesta quinta-feira, a “Operação Assepsia”. A ação tem como objetivo cumprir 23 mandados de prisão preventiva – 12 deles contra policiais - e 66 de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Teresópolis. Até o momento, foram presas 11 pessoas, 8 delas são policiais civis. Os mandados foram obtidos com a ajuda do do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio (MPRJ).
O alvo da ação é uma organização criminosa formada por policiais, que atua no Posto Regional de Polícia Técnico Científica (PRPTC) de Duque de Caxias e na 59ª DP (Duque de Caxias). Os envolvidos no esquema se especializaram em fraudar documentos para o recebimento do seguro de trânsito de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de ViasTerrestres (DPVAT).
Os agentes realizam buscas nas residências dos investigados e em seus locais de trabalho, como nos escritórios de advocacia, sede da 59ª DP, do PRPTC de Duque de Caxias e 7º BPM (São Gonçalo). Nos locais, os policiais procuram documentos, planilhas, computadores, mídias em geral e armas de fogo e veículos usados pela quadrilha.
Ao menos dois dos policiais presos são lotados na 59ª DP. Gesiel Mendonça Aragão, foi preso em serviço na delegacia. No momento da prisão, ele alegou que estava passando mal e chegou a ser cogitada a hipótese de chamar uma ambulância para atendê-lo. O acusado, no entanto, se recuperou e deixou a DP caminhando normalmente. O outro policial, José Edson Teixeira, foi detido em casa. A polícia também busca cumprir mandados no escritório de advocacia Mendonça & Silva, que fica há cerca de 500 metros da delegacia, no Centro de Duque Caxias.
Homem é preso por participar de fraude do seguro DPVAT | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Durante as investigações, iniciadas em setembro do ano passado, foram apreendidos mais de 400 laudos, todos realizados no PRPTC de Duque de Caxias, que seriam usados pelos criminosos para cometerem a fraude. Com base nos exames, foram identificadas centenas de vítimas e, segundo estimativas iniciais, o prejuízo no pagamento do seguro seria superior a R$ 1 milhão.
No inquérito, foram ouvidas 24 vítimas/testemunhas de Maricá, Itaboraí, Teresópolis, Campo Grande, Realengo, São Gonçalo e Niterói. Segundo as investigações elas eram procuradas pelo escritório Mendonça & Silva, que oferecia seus serviços para ajudar as vítimas de acidentes de trânsito a receberem o seguro DPVAT.
Através do esquema, os exames complementares que idenficam a gravidade dos ferimentos das vítimas eram todos concentrados no PRPTC de Caxias, que funciona dentro da delegacia. Policiais da 59ª DP preenchiam guias de encaminhamento falsificadas, levando as vítimas ao posto do Instituto Médico Legal do município. A partir destes documentos, laudos periciais irregulares, indicando lesões e sequelas permanentes, eram forjados e encaminhados para o núcleo jurídico da quadrilha, formado principalmente por advogados, que recolhiam 30% do valor da indenização.
A operação conta com a presença de 30 delegados e 300 agentes, com 50 viaturas. A Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) também dará apoio à ação.
Em nota, a Seguradora Líder, concessionária do DPVAT afirmou que incentiva as ações realizadas pelas autoridades com o objetivo de evitar fraudes no Seguro.
A concessionária informou que adota procedimentos para evitar pagamentos indevidos ao analisar os pedidos de reembolsos e indenizações apresentados. (G1.com)
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