quinta-feira, 5 de junho de 2014

Greve atinge 18 Unidades Estaduais e cerca de 22% dos servidores, diz IBGE

 Ato dos servidores ocupava uma faixa da Avenida Franklin Roosevelt, no Centro do Rio, em torno de 11h40 desta terça-feira (3). (Foto: Cristiane Cardoso / G1)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística afirmou, na tarde desta terça-feira (3), que a paralisação dos servidores continua parcial e atingiu 18 Unidades Estaduais, além das Unidades da Sede, Parada de Lucas, Canabarro e Chile, situadas no Rio de Janeiro. De acordo com o órgão, a adesão foi de cerca de 22% dos trabalhadores, em todo o país. O sindicato, no entanto, estima que entre 65% a 70% dos servidores aderiram à greve.
Segundo o IBGE, a adesão ocorreu nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Acre, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Pará, e Distrito Federal. No entanto, o calendário de divulgação está mantido, afirmou o órgão.
Segundo a diretora-executiva do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (ASSIBGE-SN), Ana Magni, na tarde desta terça, uma unidade no estado de Pernambuco decidiu pela adesão à greve. "A greve se fortalece a cada dia. Pernambuco é um estado importante", afirmou.
Servidores fizeram ato em auditório do IBGE antes da divulgação da Pnad Contínua. (Foto: Cristiane Cardoso / G1)Servidores fizeram ato em auditório do IBGE antes
da divulgação da Pnad Contínua
(Foto: Cristiane Cardoso / G1)
Impacto nas pesquisas
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE (Coren), responsável pela divulgação da PNAD Contínua e da PME, Cimar Azevedo, não é possível prever se a greve provocará impacto nas pesquisas. Ele, no entanto, não descartou o efeito da paralisação no resultado das análises.
“Não posso prever. Eu tenho que ver depois que terminar tudo, fechar tudo, até quando entrará no processo mesmo de apuração, fechamento, ou mesmo antes, quando a gente começar a ver que o aproveitamento da mostra de ambas as pesquisas estão sendo comprometidas”, explicou.
“Por enquanto, o que estamos acompanhando, tirado ontem [segunda-feira], nas duas bases que eu olhei, a gente não tem efeito nem na PME, nem na Pnad Contínua. Isso são resultados que são os primeiros e podem ter efeito porque dentro do processo de pesquisa, tem picos de coleta. Elas têm divisões, que pode ser que o dado que tenha olhado tenha influenciado e eu não estou percebendo. Mas o que você olha hoje, não mostra risco nessa coleta. E a gente vai torcer para que isso não aconteça”, completou Azevedo.
De acordo com Ana Magni, no entanto, a greve não previa afetar a Pnad Contínua porque os servidores decidiram pela preservação da divulgação da pesquisa. Ela, no entanto, não descartou que a PME seja comprometida pela paralisação.
“Não afetaria [a Pnad] porque preservamos a divulgação da pesquisa. Porque batalhamos por isso. Vários dados que estão sendo divulgados, já são construídos no período anterior. A PME não sabemos o nível de coletamento. Pode ser que não tenha impacto na primeira [divulgação pós-greve]. Vai depender se vai ter uma equipe de tratamento. Como é uma greve de adesão progressiva, o impacto vai depender da coleta daquele dado”, declarou.
Pnad Contínua
A publicação da Pnad Contínua desta terça-feira foi a primeira desde que o IBGE voltou atrás na decisão de suspender a divulgação da pesquisa. O resultado mostrou que nos três primeiros meses de 2014, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,1%, acima da registrada no trimestre anterior. A pesquisa substituirá a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
“É importante preservar esses dados coletados porque perda de dados coletado é perda de dado para ser trabalhado futuramente. É uma perda na série da pesquisa. Dados que se perdem de coleta são dados que não se recuperam, muito difícil recuperar”, afirmou Azevedo.
Greve continua
A divulgação da PNAD Contínua foi marcada por protesto. Cerca de 300 servidores se reuniram na porta do IBGE, na Avenida Franklin Roosevelt, no Centro do Rio, na manhã desta terça, para realizar uma assembleia. Nela, segundo Magni, foi decidida a continuidade da paralisação por tempo indeterminado.
A greve completou uma semana nesta segunda-feira (2). Os servidores aguardavam, até 15h desta terça, uma resposta ao pedido de reunião com a presidente do IBGE e com o Ministério do Planejamento.

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