segunda-feira, 30 de junho de 2014

Emoção de jornalista costa-riquenho contagia tribuna da Arena Pernambuco

Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Sandí Valverde escreve a matéria da primeira classificação de seu país às quartas

As palavras iam sendo escritas com lágrimas no teclado, em uma cena real, humana. Foi preciso enxugá-las, pois seria uma atitude mais fácil do que conter a emoção. Um jornalista costa-riquenho de 24 anos cobria a sua primeira Copa do Mundo com a missão de escrever sobre o maior momento futebolístico de seu país. Diante de seus olhos, viu uma aguerrida e carismática seleção superar a Grécia nos pênaltis, na Arena Pernambuco, se classificando pela primeira vez às quartas de final do Mundial.

Enquanto atualizava o site yashinquesada.com, da capital San José, Sandí Valverde Leonel contagiou a todos na bancada H da tribuna de imprensa. Ao lado de outros três periodistas da Costa Rica, ele teve que parar o jornalismo por um instante. As mãos trêmulas já não digitavam mais. Entrelaçadas, simbolizam seguidas rezas.

Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Sim, Sandí foi profissional durante 120 minutos, mas se deixou emocionar por algo que certamente levou à loucura outros 4,8 milhões de costa-riquenhos, diante da TV. Tinha o direito. Após o quinto e decisivo gol, mal conseguia falar, a não ser as palavras "gracias" (certamente agradecendo a Deus). Abraços em voluntários, desconhecidos, jornalistas de outros países. Ali, já havia cativado a todos.

Acabou cumprimentado pelos colegas brasileiros ao lado, que pediam calma, sobretudo com a experiência de quem já passou por situações dramáticas do tipo - 24 horas antes, na mesma fase do Mundial, também viram a Seleção numa tensa disputa de pênaltis. Sandí seguirá no Brasil, certamente em um momento ímpar de sua carreira. Continuará vivendo a emoção de uma Copa do Mundo, levando-a para os seus textos, literalmente. Contagiado e contagiando.

Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Nenhum comentário:

Postar um comentário