Deserto. Plenário da Câmara vazio, na última segunda-feira: rotina em junho
Salários e verbas extras, no entanto, não terão desconto nos vencimentos mensais
BRASÍLIA — Desde a semana passada não há sessões de votações no Senado e na Câmara dos Deputados. A perspectiva é que os deputados e senadores só retomem os trabalhos em julho. Até mesmo o calendário light de votações elaborado para junho e julho — que previa 18 sessões deliberativas na Câmara e 15 no Senado — foi abandonado. Mesmo assim, os 513 deputados e 81 senadores receberão seus vencimentos mensais, de R$ 26,7 mil. Nos trinta dias de junho, o esforço concentrado resumiu-se a três dias de sessões no Senado, o que dá uma média de R$ 8,9 mil por dia trabalhado, e outros quatro dias na Câmara, uma média de R$ 6,7 mil por dia.
Além dos salários, os parlamentares continuam recebendo o chamado “cotão”, para gastos com o mandato e compra de passagens. No Senado, o total do “cotão” varia de R$ 21 mil — para deputados do Distrito Federal e de Goiás — e R$ 44,2 mil — para os do Amazonas.
Em tese, os parlamentares deveriam voltar na primeira semana de julho e teriam oito sessões marcadas ao longo do mês, já que no dia 17 eles entram em recesso. Apesar disso, senadores já falam na possibilidade de se reunirem apenas nos dias 15 e 16.
IMPASSE EM VOTAÇÕES
Embora a expectativa na Câmara seja de que se realizem as oito sessões previstas para o próximo mês, assessores do presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) temem que o impasse em relação ao decreto da presidente Dilma sobre conselhos populares levem a pauta a permanecer obstruída, inviabilização as votações.
Ontem, dia de Brasil e México, em boa parte do Congresso Nacional não houve expediente. No Senado, a definição foi explícita: foi cancelado com a alegação de que o engarrafamento na capital durante o primeiro jogo da seleção na Copa havia sido muito grande. Com isso, na noite de segunda-feira os servidores receberam comunicado de que não trabalhariam. Na Câmara, o expediente foi até meio-dia, e muitos servidores foram vistos pela manhã circulando nos corredores da Casa. No Senado, o plenário chegou a ser aberto para uma visita guiada de alguns turistas, mas logo em seguida foi fechado.
Embora, não haja sessões no plenário este mês, integrantes do Conselho de Ética marcaram sessão para tentar ouvir as testemunhas do processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) a partir de hoje. O mais provável, no entanto, é que ninguém compareça, já que o conselho não tem poder de convocar, só convidar. O relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), quer entregar e votar seu relatório no conselho antes do recesso parlamentar. Além disso, estão previstas também para hoje sessões das CPIs da Petrobras, tanto da do Senado como da Mista.
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