Publicado por: Ernildo Arruda
A Justiça do Rio condenou, ontem, três policiais militares acusados de
participar da morte da juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011. Os condenados
foram os cabos Jovanis Falcão e Jefferson de Araújo Miranda, e o soldado Júnior
Cezar de Medeiros.
No caso de Jefferson, a condenação foi de 26 anos, pelos crimes de homicídio
triplamente qualificado e formação de quadrilha. Jovanis teve uma pena de 25
anos e seis meses pelos mesmos crimes. Já o soldado Júnior Cezar de Medeiros
foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão por homicídio duplamente
qualificado.
Em dezembro de 2012, o cabo Sérgio da Costa Júnior também já havia sido
condenado a 21 anos de prisão. Na ocasião, o assassino confesso da juíza foi
beneficiado pela delação premiada e teve a pena reduzida em um terço.
Outros sete policiais militares ainda serão julgados. Entre eles, está o
tenente-coronel Cláudio Oliveira, então comandante do 7º BPM (São Gonçalo),
apontado pelo Ministério Público do Rio como o mandante do crime.
O julgamento dos três policiais teve dois momentos marcantes. Ontem, durante
a defesa da tese do MP-RJ, o assistente de acusação Técio Lins e Silva falou
sobre a obstinação de Patrícia Acioli na busca por justiça, citando uma frase
do filósofo Edmund Burke: "Para o triunfo do mal, só é preciso que homens
bons não façam nada". Neste momento, o advogado chamou a filha da juíza,
Ana Clara, de 15 anos, e apresentou a jovem ao júri. "Ela quer ser juíza
como a mãe", acrescentou, provocando comoção.
Na terça, o ponto alto da audiência foi o depoimento do ex-comandante-geral
da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, arrolado como testemunha de
defesa do soldado Júnior Cezar de Medeiros. O coronel causou alvoroço no
Tribunal do Júri de Niterói ao criticar as investigações sobre o caso.
A juíza Patrícia Acioli, que atuava em São Gonçalo, foi executada em agosto
de 2011, atingida por, pelo menos, 16 tiros. Dois homens mascarados efetuaram
os disparos no momento em que ela che?gava em casa, em Piratininga, na Região
Oceânica de Niterói.
Onze policiais, ao todo, foram acusados pela morte da juíza. O coronel da PM
Cláudio Oliveira, que era comandante do 7 a BPM, seria o mandante do crime. Em
dezembro do ano passado, o cabo da Polícia Militar Sérgio Costa Júnior foi
condenado a 21 anos de prisão.
Na época em que foi assassinada a caminho de sua casa, Patrícia Acioli era
juíza titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Patrícia Acioli atuou em
diversos processos em que os réus eram policiais militares envolvidos em
supostas irregularidades ligadas ao tráfico.
Extraído: OAB-Rio de Janeiro
Publicado por: Araripe Informado
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