sexta-feira, 2 de agosto de 2013

BANDIDO OU HERÓI DOS FLAGELADOS E ESCRAVIZADOS PELOS CORONÉIS?


75 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO



28 de Julho

A partir da metade do século XIX, diante da dura realidade do Sertão Nordestino, onde predominava a intensa miséria e injustiça social, criou-se uma manifestação caracterizada pelo banditismo: o Cangaço.
A organização já era conhecida desde 1834 e se referia a certos indivíduos que andavam armados, com chapéus de couro, carabinas e longos punhais entrançados que batiam na coxa. Levavam as carabinas passadas pelos ombros. Os cangaceiros surgiam em grupo, ao comando de um companheiro mais temível.
Em 04 de junho de 1898, nasceu Virgulino Ferreira da Silva, na fazenda Ingazeira, de propriedade de seus pais, no Vale do Pajeú, em Pernambuco. Terceiro filho de José Ferreira da Silva e D. Maria Lopes, Virgulino, que entraria para a história com o nome de Lampião, viria a tornar-se o mais notório cangaceiro.
Até entrar para o cangaço, Virgulino e seus irmãos eram pessoas comuns, pacíficos sertanejos que viviam do trabalho na fazenda e na feira aonde iam vender suas mercadorias. Virgulino Ferreira da Silva na certa teria a vida de um homem comum, se fatos acontecidos com ele e sua família não o tivessem praticamente obrigado a optar pelo cangaço como saída para realizar sua vingança.
Virgulino declarou que, tendo perdido seu pai por culpa da policia, e responsabilizando-a pela morte da sua mãe, iria lutar até a morte, e se pudesse tocaria fogo em Alagoas.
A morte de Lampião é assunto que gera controvérsias. Existem duas hipóteses para a sua morte e de dez dos seus cangaceiros.
1ª hipótese: Em 1938, Lampião faz uma incursão no agreste alagoano, escondendo-se depois no estado de Sergipe. A polícia de Alagoas ficou sabendo do esconderijo de Lampião e uma volante comandada pelo Tenente João Bezerra da Silva juntamente com o Sargento Ancieto Rodrigues e sua tropa alagoana, conduzindo inclusive metralhadoras portáteis, cerca o bando.
Na madrugada de 18 de julho de 1938 começou o ataque que durou aproximadamente 20 minutos e cerca de 40 cangaceiros conseguiram fugir.
Lampião e 10 cangaceiros foram mortos na gruta de Angico, suas cabeças foram cortadas e expostas em praça pública em diversas cidades. Angico era o esconderijo, a fortaleza de Lampião. É uma gruta de pedras redondas e pontiagudas que pertence ao estado de Sergipe. O esconderijo foi apontado para os policiais por um homem de confiança de Lampião, Pedro Cândido, que depois foi morto misteriosamente em 1940.
2ª hipótese: Admite-se que houve um plano de envenenamento. Como Pedro Cândido era homem da inteira confiança de Lampião, ele poderia ter levado garrafas de quinado ou conhaque envenenadas, sem que as tampas tenham sido violadas. Outros historiadores afirmam que Pedro Cândido teria levado para os cangaceiros pães envenenados e como era de total confiança, os alimentos não foram testados antes de serem comidos.
Tal argumento se baseia nos urubus mortos perto dos corpos após terem comido as vísceras dos cangaceiros e também porque quase não houve reação às balas da volante policial.
A tropa, que tomou parte no fuzilamento e na degola dos cangaceiros, se compunha de 48 homens. O tenente João Bezerra que chefiava o ataque disse que foi rápido. Cercaram os bandidos num semicírculo. Um soldado da polícia foi morto, alguns ficaram feridos e 11 cangaceiros tiveram suas cabeças cortadas.
Fonte: Brasil Folclore; Soleis

Dia da Morte de Lampião

28 de Julho

Virgulino foi o terceiro filho de José Ferreira da Silva e de Maria Selena da Purificação. Tinha como irmãos: Antônio, João, Levino, Ezequiel, Angélica, Virtuosa, Maria e Amália.
Lampião teve uma infância comum a todos os meninos de uma baixa classe média sertaneja: aprendeu a ler e a escrever, mas logo foi ajudar o pai, pastoreando seu gado. Trabalhou também com seu pai como almocreve - pessoa que transportava mercadorias a longa distância no lombo de burros. Quando adolescente, acompanhado por seus irmãos Levino e Antônio, envolveu-se em crimes por questões familiares. Na época de adolescentes, ele e seus dois irmãos, Levino e Antônio já tinham fama de valentões, andavam armados e gostavam de arrumar confusão nas feiras livres para impressionar as moças. Também tinham o costume de pedir dinheiro por onde passavam. No sertão de sua época, dizia-se, homem macho e de valor, tinha de ser brigão.
Seu pai era um homem tranqüilo e pacifico. Após várias tentativas que procuravam finalizar a rixa (por questões de disputa de terras e demarcação de divisas entre propriedades rurais) existente contra a família do seu vizinho José Saturnino, acabou sendo morto pelo delegado de polícia Amarílio Batista e pelo Tenente José Lucena, quando o destacamento procurava por Virgulino, Levino e Antônio, seus filhos.
No ano de 1920, com o objetivo de vingar a morte do pai, Lampião alistou-se na tropa do cangaceiro Sebastião Pereira, também conhecido como Sinhô Pereira.
Em 1922, Sinhô Pereira decidiu deixar o cangaço e passou o comando para Virgulino (Lampião).
Sede de vingança, cobiça e concentração do poder que por Sinhô Pereira lhe fora outorgado, levaram Lampião a se tornar um dos bandidos mais procurados e temidos de todos os tempos, no Brasil. Nesse mesmo ano realiza o primeiro assalto, à casa da baronesa de Água Branca (AL), na qual seus homens saquearam vultosa quantia em dinheiro e jóias[2].
Em 1926, refugiou-se no Ceará e no de 4 de Março recebeu uma intimação do Padre Cícero em Juazeiro do Norte (CE). Compareceu a sua presença, recebeu um sermão por seus crimes e ainda a proposta de combater a Coluna Prestes que, naquela época, se encontrava pelo Nordeste.
Em troca, Lampião receberia anistia e a patente de capitão dos Batalhões Patrióticos, como se chamavam as tropas recrutadas para combater os revolucionários. O capitão Virgulino e seu bando partiram à caça de Prestes, mas ao chegar a Pernambuco, foi perseguido pela polícia e descobriu que nem a anistia nem a patente tinham valor oficial. Voltou, então, ao banditismo.
Em 13 de junho de 1927, após sequestrar o Coronel Antônio Gurgel, promoveu uma tentativa de invasão à cidade de Mossoró (RN), onde perdeu dois de seus famosos auxiliares: "Colchete", fulminado por uma bala de fuzil logo no início dos combates com os defensores da cidade, e "Jararaca", ferido no tórax e na perna, capturado no dia seguinte, depois de passar a noite escondido fora da cidade, e depois executado e sepultado no cemitério da cidade pela polícia local. Depois desta derrota, Lampião passaria a ser perseguido pela polícia de três estados: Paraíba, Pernambuco e Ceará. Em fuga, atravessou o rio São Francisco com apenas 5 cabras e reestruturou seu bando no Estado da Bahia. A partir daí, passou a agir principalmente nos estados de Sergipe, Bahia e Alagoas.

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