quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Políticos 'pescam' eleitores nas redes sociais

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter decidido, há pouco mais de um mês, que manifestações políticas pelo microblog Twitter não podem ser consideradas propaganda eleitoral, os pré-candidatos aos governos estadual e federal para 2014 já começaram a panfletagem eletrônica nas redes sociais, de olho na popularidade junto ao seu suposto eleitorado.
Os políticos estão atrás de quantidade de seguidores no Twitter; curtições e amigos no Facebook; comentários no Instagram, tudo para mostrar que estão gabaritados para ocupar uma vaga nas chapas majoritárias ainda em aberto. E se mostram mais simpáticos e/ou críticos, se for o caso, do que usualmente. A regra do TSE é básica: só não vale exibir número de urna ou pedir voto explicitamente.
"Nesse momento, os políticos estão se colocando como presidenciáveis e governáveis para mostrar, sobretudo para os partidos e aliados, que têm capital político-eleitoral para disputar o cargo  que pretendem e em determinada legenda. O foco dos pré-candidatos nesse momento, nas redes sociais, é mais esse", diz o cientista político Clovis Oliveira, que estuda o tema.
Dilma, que havia abandonado o Twitter desde 2010, por exemplo, voltou à ativa e esbanjando simpatia para fazer frente a supostos adversários, como Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) - ambos na rede.
No âmbito baiano, Paulo Souto reapareceu no Facebook com polidas, porém, duras críticas ao governo estadual. É um dos nomes ventilados como suposto cabeça de chapa de oposição ao candidato do projeto do governador Jaques Wagner (PT).
E os que estão claramente no tabuleiro, como o secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), ou o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), já se posicionam nas redes como pré-candidatos.
Eles têm até slogan nas páginas. Nilo, por exemplo, é "Um homem do povo" no Facebook. O petista Rui Costa é "A Força da Nova Bahia". Geddel prefere dizer que "precisamos de um projeto alternativo, que devolva a esperança ao povo baiano".
Destes, Geddel é de longe o que mais interage com os internautas. Muitos dos posts dos pré-candidatos, porém, parecem mais notícia do que comentário. Já a senadora Lídice da Mata (PSB) utiliza a ferramenta das redes, até agora, para dizer o que tem feito no exercício de seu mandato e dos eventos político-sociais dos quais participa.
Para o cientista político Clóvis Oliveira, o tempo que resta para as próximas eleições, cerca de um ano, será determinante para dimensionar o papel das redes no processo. Além de o candidato usar o espaço virtual como propaganda junto aos eleitores, as redes também funcionam como ferramenta de sondagem da opinião pública. Outros dados, como perfil etário e social de quem acessa a página, dão ideia de quem seja parte de seu eleitorado.


Dilma é líder em número de seguidores, diz site SocialBakers

O site  Social Bakers mapeia os políticos mais populares nas redes sociais. Até a noite de sexta-feira, no Brasil, a presidente Dilma era a pessoa da categoria “políticos” com maior número de seguidores no Twitter, com 1,989 milhão de pessoas.
Na sequência aparece o tucano José Serra – que ainda corre pelas beiradas para ser o nome da oposição –, com 1.071.468  seguidores. Logo atrás, Marina Silva (PSB), com 771.324.
No Facebook, quem aparece como mais popular, com 345.043  amigos, é o ex-presidente Lula (PT). Ele é seguido por Marina Silva, com 341.979. Aécio Neves aparece na 15ª colocação, com 174.639 pessoas ligadas à sua fan page. Os outros pré-candidatos locais estão bem abaixo ou não aparecem entre as 100 primeiras do ranking.
Na avaliação do advogado eleitoral Ademir Ismerin, as redes sociais têm uma potência embutida que ainda não causaram efetivamente estrondo entre os políticos quando o assunto é capturar novos eleitores.
Para ele, quem entra no Twitter ou Facebook do candidato é a pessoa ou que já tem afinidade com o político ou quem quer criticá-lo. “São todos comprometidos de alguma forma. Não importa se antes do período eleitoral legal ou durante o período. As redes sociais não têm tanta importância nisso (na captura de novos eleitores)”, diz o advogado. “Você não vai capturar mais pessoas”.

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