Um fato revelado ontem dá ideia exata do tamanho da influência que a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins exercia no noivo, o promotor Thiago Faria Soares, 36 anos, assassinado no último dia 14.
Informação repassada por uma fonte e confirmada pela Corregedoria Geral do Ministério Público de Pernambuco denuncia que Mysheva participou de pelo menos duas das três reuniões que o promotor teve com representantes do órgão. Thiago estava sendo submetido a processo de remoção compulsória e, em novembro, sairia do Fórum de Itaíba, no Agreste, para atuar em Jupi, na mesma região.
Antes de ser morta, a vítima havia solicitado transferência de local, se dizendo impedida de atuar em determinados processos, por envolverem familiares de sua noiva. De acordo com o corregedor-geral do MPPE, Renato da Silva Filho, entre essas peças havia 16 processos de improbidade administrativa envolvendo a família Martins.
"Ele alegou suspeição por motivo de foro íntimo, afirmando que não tinha condições de atuar nesses casos", contou Renato Filho, acrescentando que as ações envolviam, entre outras coisas, rejeição de contas e aplicação irregular do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Além disso, ele teria se envolvido na questão relativa à disputa pelas terras da Fazenda Nova.
"Ele alegou suspeição por motivo de foro íntimo, afirmando que não tinha condições de atuar nesses casos", contou Renato Filho, acrescentando que as ações envolviam, entre outras coisas, rejeição de contas e aplicação irregular do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Além disso, ele teria se envolvido na questão relativa à disputa pelas terras da Fazenda Nova.
O promotor Thiago Faria Soares chegou a ser advertido pelo Ministério Público e, embora não tenha sido alvo de nenhum procedimento administrativo nem tenha reportado nenhuma ameaça, participou de três reuniões na Corregedoria Geral do MPPE, no Recife. Em duas delas, ocorridas na segunda quinzena de setembro, no gabinete do corregedor-geral, Mysheva Martins esteve presente o tempo inteiro, ao lado de seu noivo. A interferência, embora incomum, não foi vista com estranhamento.
“Nessas reuniões, ele estava acompanhado da noiva. O objetivo da Corregedoria Geral não é se meter na vida privada. Eu não tinha nada a tratar com ela, mas também não era nada a ser escondido, então não via problema. Não quero fazer juízo de valor acerca de ninguém, mas ela sabia de tudo que acontecia ali”, afirmou Renato da Silva Filho. “Se o promotor achava que ela deveria acompanhar o encontro, não seria o corregedor quem pediria que ela saísse”, completou.
Thiago também participou como acusador no julgamento de um membro da família Martins no dia 19 de setembro.
Lauduino Martins de Albuquerque foi submetido a júri popular e acabou condenado por um homicídio duplamente qualificado. No processo de número 06-62.2008, a vítima aparece como sendo Paulo Jorge da Silva. Martins também foi acusado de lesão corporal contra Sandra Aparecida de Lima e Ítalo Rodrigues da Silva. O réu foi condenado a 24 anos de reclusão pelo homicídio, pena reduzida na dosimetria para 16 anos, mais dois anos pelas lesões corporais. O parente de Mysheva cumpre pena em regime fechado no Presídio Advogado Brito Alves, em Arcoverde, no Sertão.
O promotor foi morto na segunda-feira da semana passada, na PE-300, quando seguia de Águas Belas para Itaíba. Mysheva e um tio também estavam no carro, mas nada sofreram. A principal linha de investigação coloca José Maria Pedro Rosendo como mandante do crime, mas nenhuma hipótese foi descartada. Thiago e Mysheva estavam com casamento marcado para 1º de novembro.
Fonte: JC
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