Por Tauan Saturnino
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
As manifestações que eclodiram em junho do ano passado colocaram em
evidência o poder de mobilização das redes sociais, em especial a maior
delas: o Facebook. Milhares de pessoas foram às ruas, de forma
espontânea, para expressar sua insatisfação com a qualidade dos serviços
públicos e com a classe política. Entretanto, será correto afirmar que
as redes sociais terão uma influência decisiva nas eleições nacionais e
estaduais deste ano? Pelos números apresentados até o momento, é
possível perceber que a Internet ainda tem uma atuação tímida no
processo de escolha dos eleitores.
Segundo dados recolhidos pela Paradox Zero, agência especializada em
tecnologia e estratégias digitais, ainda não é possível perceber uma
correlação entre a popularidade dos candidatos no Facebook e o
eleitorado em geral. A empresa analisou o crescimento do número de
seguidores dos perfis do Facebook dos três principais candidatos à
Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e
Eduardo Campos (PSB), além de dois principais candidatos ao Governo de
Pernambuco, Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB), entre os meses
de Maio e Julho.
No âmbito nacional, o candidato com maior contingente de seguidores,
de acordo com dados atualizados no dia 22 de julho pela Paradox Zero,
era Eduardo Campos – 991.925. Entretanto, nos melhores cenários
apresentados pelas pesquisas eleitorais, o socialista tem apenas 8% de
intenção de voto. A situação é ainda mais contraditória ao observar o
caso do candidato socialista ao Governo Estadual, Paulo Câmara, que
praticamente dobrou o número de seguidores em seu perfil no Facebook,
saltando de 89.262 no final de junho para 187.558 no mês seguinte.
Câmara tem mais que o dobro de seguidores de Armando Monteiro Neto,
que somavam 91.035 à época do levantamento. Entretanto, enquanto o
candidato do PTB ao Governo de Pernambuco fica na casa dos 40% de
intenção de voto, o socialista se situa em torno de 8%.
Na ótica do diretor da Paradox Zero, Paulo Rebêlo, a discrepância
entre os números pode ser, em parte, explicada pelo próprio poder de
alcance da Internet. “A eleição ainda é decidida nas ruas e no horário
eleitoral na TV e no rádio. A influência na internet existe, sem dúvida,
mas ainda é muito restrita ao chamado ‘voto de opinião’ e entre os
eleitores que realmente gostam de acompanhar política. Em geral, esses
eleitores acompanham política não apenas na campanha, mas o ano inteiro.
Representam uma parcela pouco significativa do total de eleitores em
números brutos”, explica.
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