quarta-feira, 30 de julho de 2014

Liderança no Facebook difere das pesquisas

Publicado por Branca Alves
Por Tauan Saturnino
Da Folha de Pernambuco
As manifestações que eclodiram em junho do ano passado colocaram em evidência o poder de mobilização das redes sociais, em especial a maior delas: o Facebook. Milhares de pessoas foram às ruas, de forma espontânea, para expressar sua insatisfação com a qualidade dos serviços públicos e com a classe política. Entretanto, será correto afirmar que as redes sociais terão uma influência decisiva nas eleições nacionais e estaduais deste ano? Pelos números apresentados até o momento, é possível perceber que a Internet ainda tem uma atuação tímida no processo de escolha dos eleitores.
Segundo dados recolhidos pela Paradox Zero, agência especializada em tecnologia e estratégias digitais, ainda não é possível perceber uma correlação entre a popularidade dos candidatos no Facebook e o eleitorado em geral. A empresa analisou o crescimento do número de seguidores dos perfis do Facebook dos três principais candidatos à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Eduardo Campos (PSB), além de dois principais candidatos ao Governo de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB), entre os meses de Maio e Julho.
No âmbito nacional, o candidato com maior contingente de seguidores, de acordo com dados atualizados no dia 22 de julho pela Paradox Zero, era Eduardo Campos – 991.925. Entretanto, nos melhores cenários apresentados pelas pesquisas eleitorais, o socialista tem apenas 8% de intenção de voto. A situação é ainda mais contraditória ao observar o caso do candidato socialista ao Governo Estadual, Paulo Câmara, que praticamente dobrou o número de seguidores em seu perfil no Facebook, saltando de 89.262 no final de junho para 187.558 no mês seguinte.
Câmara tem mais que o dobro de seguidores de Armando Monteiro Neto, que somavam 91.035 à época do levantamento. Entretanto, enquanto o candidato do PTB ao Governo de Pernambuco fica na casa dos 40% de intenção de voto, o socialista se situa em torno de 8%.
Na ótica do diretor da Paradox Zero, Paulo Rebêlo, a discrepância entre os números pode ser, em parte, explicada pelo próprio poder de alcance da Internet. “A eleição ainda é decidida nas ruas e no horário eleitoral na TV e no rádio. A influência na internet existe, sem dúvida, mas ainda é muito restrita ao chamado ‘voto de opinião’ e entre os eleitores que realmente gostam de acompanhar política. Em geral, esses eleitores acompanham política não apenas na campanha, mas o ano inteiro. Representam uma parcela pouco significativa do total de eleitores em números brutos”, explica.

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