terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Justiça concede liberdade provisória a suspeito de matar promotor em PE

Edmacy Ubirajara foi preso dois dias após o crime, no Agreste do estado.Alvará de soltura foi concedido pelo Tribunal de Justiça de Sergipe.

Do G1 PE
Edmacy Cruz Ubirajara, suspeito de atirar em promotor de Justiça. (Foto: Reprodução/ TV Globo)Edmacy Ubirajara, suspeito de atirar em Thiago Faria, está
detido no Cotel, no Recife. (Foto: Reprodução/ TV Globo)
O Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE) concedeu, nesta segunda-feira (16), liberdade provisória a Edmacy Cruz Ubirajara, suspeito de matar o promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, no dia 14 de outubro, no Agreste de Pernambuco. Edmacy foi preso dois dias após o crime e desde então está no Centro de Triagem (Cotel) de Abreu e Lima, Grande Recife. O alvará de soltura foi concedido pelo juiz da 5ª Vara Criminal, Diógenes Barreto.

Apesar de o crime ter ocorrido em Pernambuco, o processo corre na Justiça sergipana porque o suspeito de matar o promotor já respondia a outra ação por homicídio qualificado naquele estado. Na época do assassinato de Thiago Faria, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a prisão preventiva de Edmacy Ubirajara alegando que ele tinha voltado a praticar outro delito de natureza grave em Pernambuco.

No entanto, após os advogados do suspeito terem pedido a liberdade provisória, o MPPE fez nova análise e informou ao magistrado “que não mais subsistem os requisitos para segregação cautelar do indigitado posto que não houve até o momento deflagração de ação penal em desfavor do acusado perante a Justiça pernambucana”.

"Ele foi detido porque estava em liberdade provisória, já que era acusado de outro crime [homicídio qualificado]. A partir da notícia desse novo crime [assassinato do promotor], o Ministério Público pediu a preventiva. Nós apelamos e um promotor de Sergipe, que analisou o caso, ligou para os promotores daqui [de Pernambuco] e viu que não havia mais razão para mantê-lo preso", explicou o advogado José Leandro Barbosa, que defende Edmacy.
Promotor trabalha no comarca de Itaíba, no Agreste (Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)
Promotor trabalhava na Comarca de Itaíba, no Agreste
(Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)
No despacho, o juiz Diógenes Barreto  destaca que “o principal dado concreto que motivou a ordem restritiva foi a suposta prática, pelo réu, de novo delito na Justiça pernambucana. Porém, a consequência lógica daquelas investigações seria a propositura da respectiva ação penal. Conforme noticiado pelo Ministério Público, isso ainda não ocorreu. A demora em deflagrar a ação penal realmente gera incerteza quanto a autoria delitiva/participação de Edmacy no crime. Diante do exposto e tudo que dos autos consta, defiro o pleito de revogação da custódia cautelar do denunciado, devendo a autoridade policial colocá-lo imediatamente em liberdade”.

O alvará de soltura foi encaminhado para o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE) através de carta precatória. Até o fim da tarde desta segunda, a administração do Centro de Triagem informou que ainda não havia recebido a decisão. A assessoria de imprensa do TJPE não conseguiu contato com as comarcas de Itaíba e Águas Belas para verificar se a carta precatória havia chegado ao estado.

Em nota enviada ao G1, a Secretaria de Defesa Social informou que não foi comunicada e destacou que "o alvará é endereçado diretamente ao sistema prisional. E o procedimento do sistema prisional é cumprir o alvará se por outra razão o réu não estiver preso".

Entenda o caso
O promotor Thiago Faria foi assassinado com quatro tiros de arma calibre 12 e morreu dentro do carro que dirigia. Ele seguia para a cidade de Itaíba, Agreste pernambucano, pela rodovia PE-300. Thiago era noivo da advogada Mysheva Martins. Ela e o tio estavam no veículo conduzido pelo promotor, mas escaparam sem nenhum ferimento.

José Maria é suspeito de ser o mandante da morte do promotor Thiago Faria Soares (Foto: Katherine Coutinho/ G1)
José Maria é suspeito de ser o mandante da execução do
promotor (Foto: Katherine Coutinho/ G1)
Mysheva é a principal testemunha do caso. Em depoimento à polícia na época do crime, ela disse que se escondeu e conseguiu fugir.

A principal linha de investigação aponta para uma discórdia sobre a posse da Fazenda Nova, que fica em Águas Belas, também no Agreste, arrematada em um leilão pela noiva da vítima. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o posseiro das terras, teve de deixar o local depois de uma ação judicial. Por causa de uma dívida trabalhista na Justiça Federal, Mysheva Martins conseguiu comprar a sede da fazenda. Nesse processo, ela teria recebido ajuda do noivo, o promotor Thiago Faria. Na desapropriação, ele esteve na fazenda com um oficial de Justiça. Irritado com o caso, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, segundo a polícia, teria encomendado a execução do promotor. Até o momento, José Maria encontra-se foragido. Jornal Online Araripe Informado

Fonte G1 globo

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