terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Outro brasileiro condenado por tráfico na Indonésia deverá ser fuzilado em fevereiro


 
Após executar o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, a Indonésia deve executar neste ano mais um brasileiro pelo crime de tráfico de drogas. Rodrigo Gularte, de 42 anos, que está no corredor da morte há cerca de dez anos, tem seu fuzilamento previsto para fevereiro. Gularte foi preso em 2004 por tentar entrar no país com 6 kg de cocaína. Ele usou oito pranchas de surfe para esconder 12 pacotes da droga. O brasileiro estava a caminho da ilha de Bali, acompanhado de dois amigos, mas assumiu sozinho a autoria do crime de tráfico internacional de drogas. Em entrevista neste sábado (17) à emissora Globo News, a mãe do condenado, Clarisse Gularte, afirmou que seu filho sofre de problemas mentais. Segundo reportagem do jornal Gazeta do Povo, uma familiar do brasileiro vai entregar nos próximos dias às autoridades indonésias um laudo médico que atesta um quadro de esquizofrenia em Gularte. O ministro da Justiça da Indonésia, Heru Prasetyo, disse na sexta-feira (16) que as execuções planejadas para este domingo mostram que o país não vai ceder na guerra contra as drogas. Ele explicou que a execução de domingo seria a primeira do ano, disse que haveria ainda um segundo grupo de executados em 2015 (no qual se encontra Gularte) e que isso aconteceria provavelmente em fevereiro. A única forma de reverter à execução da pena de morte na Indonésia, após a condenação pela Justiça, é por meio do perdão presidencial. Este recurso, no entanto, dificilmente será adotado pelo atual presidente, Joko Widodo. Ele assumiu o poder em outubro passado com uma plataforma política em que o rigor no combate ao crime fazia parte das promessas de campanha. Na sexta-feira (16), após uma semana de tentativas, Dilma conseguiu falar por telefone com Widodo para fazer um apelo pessoal pelas vidas de Archer e Gulart, mas o pedido foi negado. Segundo um comunicado do Palácio do Planalto, o presidente indonésio disse que não poderia comutar a sentença de Moreira e Gularte, porque “todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia, e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”. Tentativas de ao menos adiar a execução foram feitas também pela Anistia Internacional, mas os planos esbarraram no apoio popular à pena de morte para traficantes entre a população da Indonésia, que é de maioria muçulmana. Após o fuzilamento de Moreira, a presidente Dilma emitiu comunicado se dizendo ‘indignada’ com a execução. Ela convocou o embaixador brasileiro em Jacarta para consultas, uma atitude que é interpretada como um abalo das relações diplomáticas. Segundo levantamento da Anistia Internacional, há 160 pessoas no corredor da morte na Indonésia, dos quais 63 são estrangeiros de 18 países. Além de indonésios e do brasileiro, há condenados da Austrália, China, Estados Unidos, França, Gana, Holanda, Indonésia, Índia, Irã, Malásia, Nepal, Nigéria, Paquistão, Serra Leoa, Tailândia, Vietnã e Zimbábue.

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