Um homem identificado por José Luis de Melo foi preso na tarde desta
terça-feira (13), em Caucaia, por ter falsificado e utilizado uma
carteira de advogado. José Luis foi preso ao tentar conversar com
possíveis clientes que se encontram detidos na Unidade Prisional
Desembargador Adalberto Barros Leal de Oliveira (CPPL), situada no
bairro Carrapicho, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O
caso é acompanhado pelos advogados do Centro de Apoio e Defesa do
Advogado e da Advocacia (CADAA) da OAB-CE, Paulo Oliveira e Robson
Sabino.
Segundo o diretor da Unidade Prisional, João Augusto
Oliveira Neto, o documento apresentado por José Melo era diferente da
atual carteira, porque não possuía o chip. Além disso, foi possível
identificar a foto do falso profissional colada por cima da foto
original do documento. Ao perceber a adulteração, o diretor da Unidade
Prisional entrou em contato com o Centro de Apoio da OAB-CE para
comprovar os dados. "A carteira usada por José Luís era de um advogado
inscrito na OAB do Rio de Janeiro que também possuía inscrição
complementar aqui no Ceará", contou o advogado do Centro de Apoio,
Robson Sabino.
Diante da fraude, José Luís de Melo foi preso em flagrante e responderá pelos artigos 304 e 333 do Código Penal,
por fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados e,
ainda, por ter oferecido vantagem indevida a funcionário público. "Ele
ainda chegou a oferecer R$ 5 mil ao diretor da unidade prisional para
não ser penalizado", conta o advogado advogado do CADAA, Paulo Oliveira,
que foi enviado para o 23º Distrito Policial, no Conjunto Nova
Metrópole.
Em outubro de 2013, a OAB-CE solicitou à Secretaria de
Justiça (Sejus) para que fosse expedido um ofício regular aos diretores
de todas as Unidades Prisionais do Estado do Ceará contendo as
observâncias e precauções necessárias na questão de identificação dos
(as) profissionais advogados (as), visto que a OAB-CE já foi notificada
que pessoas não inscritas na Ordem estariam se passando por
profissionais de advocacia nas referidas unidades.
Em resposta, a
Sejus informou que enviou ofício para todas as unidades prisionais
destacando a cautela necessária na verificação da identificação dos
advogados, no sentido de impedir que pessoas estranhas aos quadros da
OAB venham a exercer indevidamente qualquer ato privativo da advocacia,
caracterizando flagrante ilegalidade.
Laçadores
Com
o intuito de evitar a prática ilegal da profissão e a cooptação de
clientela, a OAB-CE lançou, em outubro do ano passado, a campanha “Diga
Não ao Laçador”. Os “laçadores”, como são chamados no meio da advocacia,
são atravessadores que ganham comissão pelo agenciamento de causas e
‘recrutam’ clientes em torno dos Fóruns trabalhistas para que os mesmos
entrem com ações contra empresas e patrões. Tais problemas trabalhistas
muitas vezes, nem existem, mas os “laçadores” acabam por convencer a
pessoa abordada a abrir um processo, pois os escritórios cobram dos
clientes para abrir tais ações. Para atender aos casos, a OAB-CE
disponibiliza um serviço de coleta de denúncias por meio do 0800.724.2116. Jornal Online Araripe Informado
Nenhum comentário:
Postar um comentário