quinta-feira, 20 de agosto de 2015

CHACINA DO ALEGRETE: Prisão de 5 suspeitos é decretada pela Justiça SERÃO INVESTIGADOS PELA MORTE de seis pessoas; vítimas e acusados são parentes

 

Na noite desta quarta-feira (19/08) a justiça atendeu o pedido da polícia e decretou a prisão preventiva dos cinco suspeitos presos por participação na chacina em Alegrete do Piauí. O crime aconteceu na zona Rural onde seis pessoas foram assassinadas com disparos de arma de fogo dentro de uma residência. Duas das vítimas na chacina estavam sendo investigadas por suspeitas de participação em dois homicídios ocorridos da região, um deles no ano de 2012 e outro já neste ano.
“Os suspeitos possuem parentescos com as vítimas. Foram detidos, pois há fortes indícios da participação. Eles não confessaram ainda, mas pelo histórico deles, e pelos depoimentos de testemunhas, já foi solicitada a prisão preventiva [acatada na noite de ontem]. Isso serve para que nós apuremos melhor nos próximos 30 dias e evitemos que eles fujam. Se não conseguirmos provar a participação deles, vão ser colocados em liberdade”, afirmou o secretário de Segurança Fábio Abreu, ainda ontem, em entrevista ao 180 direto de Picos.
O secretário afirmou que o delegado Paulo Nogueira vai assumir o caso e que os conflitos entre os suspeitos e as vítimas são antigos. “Todos que moram naquela região possuem algum tipo de parentesco, e há muitos conflitos. Há desentendimentos familiares, misturando com passionalidade”, explicou.
Fábio Abreu confirmou ainda à reportagem do 180 que as vítimas haviam recebidos ameaças. “Inclusive solicitamos o mandado de busca e apreensão e foram encontradas armas na casa das vítimas. Na ocasião o irmão da Maria do Socorro assumiu a posse, foi detido, mas pagou fiança. A rixa continuou até que houve consumação dos assassinatos”, disse.

Estão presos Luis Ramos de Carvalho, Francisco José de Carvalho, Pedro de Carvalho, José de Carvalho, e José Joaquim de Carvalho. Dos cinco suspeitos, dois deles foram levados à residência na zona Rural de Alegrete e estão sendo mantidos presos na cidade de Fronteiras. Na tarde de ontem eles foram ouvidos e os delegados que estão acompanhando o caso fizeram diligências na região para interrogar os vizinhos sobre o que eles viram ou ouviram na noite de terça-feira.
Na noite de ontem os corpos das vítimas começaram a ser liberados para o velório, que irá acontecer em uma residência no povoado Boa Vista, bem próximo ao local da chacina. Os corpos estão sendo preparados para o velório pela funerária Pasfran.
PERFIL DAS SEIS VÍTIMAS
O 180 chegou bem cedo nesta quarta-feira (19/08) ao local da chacina que deixou seis pessoas mortas na cidade de Alegrete do Piauí, na noite de ontem. Os corpos das vítimas só foram removidos somente pela manhã, 14 horas depois do crime por enfermeiras do hospital Justino Luz, de Picos. Duas ambulâncias, uma da cidade de Alegrete e outra de São Julião, foram usadas na remoção.
Entre as vítimas está Maria do Socorro Carvalho, de 23 anos, conhecida como ‘Galega’, suspeita de envolvimento em dois homicídios na região e que estava sendo monitorada pela polícia. Morreram ainda Cícero Domingos de Carvalho e Francisca Luiza de Carvalho, avós de Maria do Socorro, a mãe Silvia Francisca de Carvalho, o irmão Sildo de Carvalho e ainda o primo, Bartolomeu Gomes.
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Cícero Domingos de Carvalho - Conhecido como Ciço, ele era aposentado e vivia dentro de casa pois há muito tempo sofria com problemas no coração.
Francisca Luiza de Carvalho - Esposa de Ciço, era dona de casa.
Silvia Francisca de Carvalho - Conhecida pelos vizinhos como Silvinha, tinha um pequeno comércio próximo à casa onde ocorreu o crime e vivia junto com um morador da comunidade.
Maria do Socorro Carvalho - ‘Galêga’, apelido da jovem, tinha 23 anos e estudava. Vivia viajando por causa dos estudos e costumava passar maior parte do tempo na cidade de Picos.
Sildo de Carvalho - Filho adotivo do casal de idosos, trabalhava na roça, tinha uma pequena criação de gado e era dono de uma das motos encontradas no local.
Bartolomeu Gomes - Estava visitando a família na hora do crime. Era dono da moto que estava do lado de fora da residência.
*As informações foram prestadas pelo primo de Cícero, Francisco Geraldo Ramos.
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Em um morro próximo à residência onde o crime ocorreu foram encontradas pelo menos seis cápsulas de 38, além das chaves das duas motos pertencentes à família. Da residência, a polícia apreendeu um notebook e uma bolsa, que pertencia a Galega.
O sargento Oliveira, um dos primeiros a chegar no local, reforçou a tese de que mais de uma pessoa tenha praticado o crime. “O que dá para entender é que foram mais de um, mas não podemos afirmar quantos são os acusados de fato. Com certeza as armas foram recarregadas, foram encontradas várias cápsulas e sabemos que nos cartuchos só cabem seis. Várias armas foram utilizadas”, disse, em entrevista ao 180.
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SEGUNDA CHACINA EM MENOS DE 1 ANO
O caso chocou pela crueldade e por ter sido a segunda chacina registrada no Piauí em menos de um ano. Em outubro de 2014, cinco pessoas foram mortas por um atirador na cidade de São Miguel do Tapuio num suposto ato de retaliação contra moradores da comunidade Palmeira. Clewilson Vieira da Silva, de 36 anos, está preso pelo crime e recentemente foi submetido a exames de sanidade mental, que deram negativo.
CARACTERÍSTICAS DE PISTOLAGEM
No crime ocorrido na noite de ontem, ainda não se sabe ao certo como os criminosos agiram. Até o momento, as informações são de que os atiradores teriam chegado à localidade de carro, estacionaram próximo a residência e seguiram a pé. Invadiram a casa, colocaram todos na sala - não se sabe se foi por coação ou por serem os acusados conhecidos das vítimas - e atiraram. Os atiradores sairam deixando as portas da residência abertas. Quando um familiar das vítimas chegou ao local encontrou todos, já sem vida.
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A secretaria de Segurança do Piauí, em nota, informou que a polícia encontrou recentemente armas na casa onde ocorreu a execução. Maria do Socorro, uma das vítimas na chacina, estava em posse das armas, e mesmo tendo sido presa, acabou sendo liberada. “O crime pode ter sido por vingança, mas não vamos esgotar qualquer outra linha de investigação, uma vez que nesta região, em um passado recente, era comum a prática de pistolagem”, informou o secretário Fábio Abreu.
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REPÓRTER: Jhone Sousa - Direto de Alegrete

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Bullying: Estado terá de indenizar família de adolescente assassinado em escola pública O Estado de Goiás foi condenado a indenizar em R$ 50 mil, por danos morais

Idenização de 50 mil a família de um adolescente de 16 anos que foi assassinado numa escola pública de Quirinópolis. A decisão unânime é da 5ª Câmara Cível do Tribunal do Estado de Goiás (TJGO), nos termos do voto de relatoria do desembargador Olavo Junqueira de Andrade (foto). O magistrado considerou a negligência da instituição de ensino, uma vez que vítima e autor do crime estudavam juntos e tinham histórico de desentendimentos e bullying, com ciência de diretores e professores.
Era responsabilidade do colégio zelar pela proteção dos seus alunos, principalmente, se tratando de crianças ou adolescentes, que demandam atenção na realização e orientação das atividades, conforme frisou o relator. “Ao matricular o estudante, as instituições têm a obrigação de assumir o compromisso de zelar pela integridade física e moral, devendo empregar todos os meios necessários ao integral desempenho dessa missão, sob pena de incidir em responsabilidade civil pelos eventos lesivos ocasionados ao aluno”.
Bullying
Segundo testemunhas, o menor autor do ato infracional análogo a homicídio sofria, frequentemente, agressões e humilhações na escola e arredores. Ele havia relatado que a vítima e seus amigos cuspiam e sua comida e urinavam em sua roupa, tendo, inclusive, que voltar para casa despido, numa das ocasiões.
No dia do fato, 6 de outubro de 2009, ele teria pegado uma faca de cozinha em sua própria casa, a escondido na mochila, a fim de intimidar os praticantes de bullying, quando, numa briga, acabou atingindo o tórax de um dos alunos que o atacavam.
Professores e diretora prestaram depoimento e relataram que sabiam de parte das brigas ocorridas entre os envolvidos, sendo que, já haviam chamado os pais para conversar. Contudo, como acreditaram que o problema estava resolvido na ocasião, suspenderam a vigilância contínua entre as partes.
“Verifico a omissão do poder público estadual, por via da direção do colégio, ao descuidar de uma situação fática evidentemente demonstrada, qual seja, o pré-existente conflito, o que levou ao terrível desfecho”, destacou Junqueira de Andrade.
Dessa forma, o colegiado manteve integralmente a sentença proferida na 2ª Vara Cível da comarca, pela juíza Fabiana Federico Soares, mediante remessa automática dos autos, no duplo grau de jurisdição. No veredicto singular, ela destacou que “houve total despreparo” da escola para lidar com o bullying, tanto com a vítima, quanto com os praticantes.
Além dos danos morais, os familiares do adolescente assassinado receberão R$ 2.915 de danos materiais, a fim de ressarcir os gastos com funeral e velório. (Texto: Lilian Cury – Centro de Comunicação Social do TJGO)

Chacina deixa seis pessoas da mesma família mortas na cidade de Alegrete do Piauí à 50 km de Araripina Cidades Araripina Destaques Notícias Policial 19 de agosto de 2015 0

 
Uma chacina chocou os moradores do município de Alegrete do Piauí ( a 388 km de Teresina) na noite desta terça-feira (18). Seis pessoas da mesma família foram executadas à queima roupa por volta das 19h.
Uma chacina chocou os moradores do município de Alegrete do Piauí ( a 388 km de Teresina) na noite desta terça-feira (18). Seis pessoas da mesma família foram executadas à queima roupa por volta das 19h.

Segundo o coronel Paulo de Tarso, comandante do Policiamento do Interior, foram mortos, um casal de 63 anos, a filha, outro filho adotivo, um primo e uma neta de 23 anos.
“Tudo indica que foi um crime de vingança, mas será tudo apurado. O pivô seria a neta do casal”, disse o coronel.
Os mortos foram identificados como Cícero Domingos de Carvalho, 63 anos, Francisca Luiza de Carvalho, 63 anos, a filha Silvia Francisca de Carvalho, 43 anos, Sildo de Carvalho, o filho adotivo, Bartolomeu Gomes,  primo da vítima, e Maria do Socorro Carvalho, a neta, de 23 anos, conhecida como Galega.
O secretário de Segurança Pública, capitão Fábio Abreu, informou ao Cidadeverde.com que está em deslocamento para a cidade de Alegrete onde irá acompanhar pessoalmente a investigação do crime. Ele disse que enviou policiais de Picos, Fronteiras e os peritos do Instituto de Criminalística. O delegado Paulo Nogueira foi destinado para acompanhar o caso.
“Há indícios de crime por vingança. A neta do casal é acusada de dois homicídios na cidade – de uma mulher e de um professor – que estava sendo investigado pela polícia”, informou Fábio Abreu.
Segundo a polícia, Maria do Socorro, a Galega, era suspeita de ter cometido um crime contra sua amiga, Ciamara de Sousa Ramos, de 19 anos, ocorrido em outubro de 2012, numa estrada vicinal entre as cidades de Padre Marcos e Alegrete do Piauí.
Galega era suspeita ainda de ter participação da morte de George Francisco de Carvalho, 20 anos, ocorrido no início de junho também no interior de Alegrete. Segundo informações, a vítima – George –  iria depor no caso da morte de Ciamara.
A chacina ocorreu no povoado Boa vista, que fica na zona rural, cerca de 15 km de Alegrete. “É um crime que é impossível de evitar. Nem que tivesse 200 policiais na cidade evitaria uma chacina como essa. É lamentável, mas os criminosos serão presos”, garantiu o secretário.
Há suspeita de participação de quatro pessoas. Os corpos serão levados para o Hospital Justino Luz, em Picos.

OS MILIONÁRIOS NA CADEIA: Quinta Turma mantém prisão preventiva de Renato Duque e Nestor Cerveró


NESTOR CEVERO
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve na tarde desta terça-feira (18) a prisão preventiva dos ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Nestor Cerveró, envolvidos na operação Lava Jato. Em decisão unânime, os ministros não conheceram dos pedidos de habeas corpus impetrados pela defesa.
Duque foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva (artigo 317, caput e parágrafo 1º, do Código Penal), por 25 vezes, e lavagem de dinheiro (artigo da Lei 9.613/98), por pelo menos 146 vezes. Cerveró já foi condenado em primeira instância a 12 anos e três meses pelos mesmos crimes.
Renato Duque, ex-diretor de Serviços e Engenharia, teve a prisão temporária decretada pelo magistrado de primeira instância em novembro de 2014, após executada busca e apreensão em sua casa. Depois disso, o Ministério Público Federal (MPF) requereu a conversão da prisão temporária em preventiva. O pedido foi atendido.
Contudo, por considerar que não havia detalhamento suficiente das movimentações financeiras em contas secretas no exterior, o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão liminar, revogou a prisão preventiva em dezembro daquele ano. O mérito do habeas corpus impetrado no STF foi julgado em fevereiro deste ano, e se confirmou a decisão liminar.
Nova prisão
No mês seguinte, a pedido do MPF, o juiz decretou nova prisão preventiva, sob o fundamento de garantia da ordem pública. Em suas razões, afirmou que, mesmo com a deflagração da Lava Jato, o réu teria transferido valores de contas mantidas na Suíça para bancos localizados em outros países. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve a decisão por reconhecer materialidade do crime e indícios suficientes de autoria.
Inconformada, a defesa impetrou novo habeas corpus no STJ para pedir a revogação da prisão. Alegou que a segunda prisão caracterizou decisão ilegal e injustificada, que repetiu a mesma fundamentação da primeira, ou seja, a existência de contas secretas no exterior.
Nestor Cerveró, que teve a prisão preventiva decretada em janeiro deste ano, foi envolvido na Lava Jato porque teria recebido vantagem indevida durante o período em que esteve como ex-diretor da Área Internacional da Petrobras. Há informações no processo de que, já em andamento as investigações da Lava Jato, Cerveró teria transferido três imóveis de elevado valor para seus filhos.
O primeiro pedido de habeas corpus em favor de Cerveró também foi negado pelo TRF4. No STJ, a defesa sustentou que o ex-diretor não movimentou valores em conta no Brasil nem ocultou ou dissimulou bens e direitos que lhe pertenciam.
Ordem pública
O relator dos pedidos, desembargador convocado Newton Trisotto, afirmou que em ambos os casos estão presentes os pressupostos legais para a decretação da prisão preventiva.
Ele disse que a segunda prisão de Renato Duque está fundamentada na garantia da ordem pública e no risco de reiteração das práticas criminosas, e não apenas na conveniência da instrução criminal.
Para manter a decisão proferida em abril deste ano, na qual havia indeferido a liminar para revogação da prisão, o relator considerou o fato de o ex-diretor ter transferido valores milionários para contas no exterior durante as investigações, “persistindo com a prática de diversos crimes, sobretudo lavagem de dinheiro”.
Em seu voto, Trisotto mencionou que tanto o STJ quanto o STF têm entendido que “a necessidade de interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa enquadra-se no conceito de garantia da ordem pública, constituindo fundamentação idônea e suficiente para a prisão preventiva” (RHC 51.072).
Quanto a Nestor Cerveró, o desembargador afirmou que, havendo indícios de participação em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, atos relacionados a fraudes em processos licitatórios dos quais resultaram vultosos prejuízos e enriquecimento ilícito, justifica-se a decretação da prisão preventiva para garantia da ordem pública.

Ernildo Arruda