Em Araripina-PE, sertão de Pernambuco, cidade que fica a aproximadamente 700 quilômetros da capital, está vivendo momentos de medo e tensão por parte dos criadores de Equinos. Um caso de Mormo foi confirmado pela defesa sanitária animal em uma égua no Município e um caso de anemia infectocontagiosa em um cavalo na localidade da serra do cavaco, naquele Município.
ÉGUA COM MORMO: os técnicos da secretaria estadual de agricultura e ministério da agricultura federal, isolaram e irão sacrificar hoje, e ainda, mapear e identificar o foco onde ela contraiu a doença.
Já o cavalo com anemia infectocontagiosa, segundo informações colhidas por esse jornal online, veio da Município de Pio IX-PI para Salitre-CE e do Ceará entraram desviando as barreiras de vigilância animal para o estado de Pernambuco, mais precisamente Serra do Cavaco, Araripina-PE, e ficaram participando de competições como vaquejadas e outros com esse animal, livremente pelos três Estados, sujeitando a fácil transmissão e proliferação da doença.
Dr. Pedro Paulo do Ministério da Agricultura Federal, esteve em Araripina com toda sua equipe, onde fizeram o teste com Maleína e confirmaram positivamente o mormo no animal examinado. Estiveram também, Fernndo Goes de Miranda da Adagro do Recife, João Carlos Alves Adagro de Ouricuri com suas respectivas equipes em conjunto com representantes da Adagro de Araripina-PE.
Dr. Paulo, em conversa com o Araripe Informado, chamou a atenção para o preocupante caso de mormo e demosntrou receio caso esse vírus se espalhe. Salientou que no ano de 2014, foram sacrificados 136 cavalos de raça, quase todos PO, em apenas uma fazenda no Agreste do Estado e que mais de 400 animais foram sacrificados no ano passado em Pernambuco, por decorrência a esse tipo de doença, porém, conseguiram isolar e controlar a bactéria.
O que é mormo?
Mormo
O
Mormo ou lamparão, é uma doença
infecto-contagiosa dos equídeos, causada
pelo
Burkholderia mallei, que pode
ser transmitida
ao homem e também a outros animais.
Manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e a presença
de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões,
gânglios linfáticos, pneumonia, etc.
Os animais contraem o mormo pelo contato com material infectante do
doente:
pús; secreção nasal; urina ou fezes.
SINTOMAS: Os
sintomas mais comuns são a presença de nódulos nas mucosas nasais, nos
pulmões, gânglios linfáticos, catarro e pneumonia. A forma aguda é
caracterizada por febre de 42ºC, fraqueza e prostração; pústulas na
mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas com uma secreção,
inicialmente amarelada e depois sanguinolenta; intumescimento ganglionar
e dispnéia.
CONTAMINAÇÃO: Acontece pelo contato com
material infectante (pus, secreção nasal, urina ou fezes). O agente
penetra por via digestiva, respiratória, genital ou cutânea (por lesão).
O germe cai na circulação sanguínea e depois alcança os órgãos,
principalmente pulmões e fígado.
TRATAMENTO: O mormo
apresenta forma crônica ou aguda, esta mais freqüente nos asininos. Os
animais suspeitos devem ser isolados e submetidos à prova complementar de maleina,
sendo realizada e interpretada por um veterinário do serviço oficial. A mortalidade dessa
doença é muito alta.
Atenção: Devem ser realizadas as
seguintes medidas:
- Notificação imediata à Defesa
Sanitária
- Isolamento da área da infecção e isolamento dos
animais suspeitos
- Sacrifício dos que reagiram positivamente à
mesma prova de maleína
- Cremação dos cadáveres no
próprio local e desinfecção de todo o material que esteve em contato com eles
- Desinfecção rigorosa dos alojamentos
- Suspensão
das medidas profiláticas somente 120 dias após o último caso
constatado.
- Bloqueio e suspensão do trânsito animal da propriedade
O QUE É O AIE
A anemia infecciosa eqüina (AIE) é uma doença infecto-contagiosa,
causada por vírus do gênero Lentivirus, da família Retrovírus. O vírus,
uma vez instalado no organismo do animal, nele permanece por toda a vida
mesmo quando não manifestar sintomas. É considerada como a “Aids
Eqüina’’, mas acometem também os asininos (jumentos e jumentas) e muares
(burros e mulas), conhecida também como febre dos pântanos, porque nas
áreas pantanosas a população de insetos hematófagos, vetores naturais da
natureza, é muito grande e os animais ficam mais expostos à
contaminação. É uma doença essencialmente crônica, embora possa se
apresentar em fases hiperaguda, aguda e subaguda. Não é uma Zoonose e
não atinge os humanos.
FORMA DE TRANSMISSÃO
A transmissão ocorre por meio da picada de mutucas e das moscas dos
estábulos, materiais contaminados com sangue infectado como agulhas e
seringas, instrumentos cirúrgicos, groza dentária, sonda esofágica,
aparadores de cascos, arreios, esporas e outros materiais, além disso, a
placenta, o colostro e o acasalamento.
SINTOMATOLOGIA CLÍNICA
Os cavalos infectados podem apresentar febre de 40 a 41,1°C, anemia,
edema no abdômen, redução ou perda de apetite, depressão e hemorragia
nasal.
FORMA DE DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito pelo exame laboratorial, a prova da imunodifusão em gel de Agar (IDGA).
TRATAMENTO
Não existe tratamento para a AIE, é uma doença de notificação
obrigatória pelo Ministério da Agricultura que precisa ser imediatamente
comunicada ao Órgão de Defesa Agropecuária (IDIARN).
PREVENÇÃO DA AIE
Na inexistência de tratamento e vacinas eficazes contra AIE,
recomenda-se como medidas de profilaxia e controle, fazer os exames e
caso seja positivo, à interdição de propriedades com focos comprovados
da doença para saneamento e sacrifício imediato dos animais positivos
aos testes oficiais por profissional do serviço de Defesa Sanitária
Oficial (IDIARN). O controle de transito interestadual através do Guia
de Transito Animal (GTA) e participação de eqüídeos em eventos hípicos
deve ser feito acompanhamento de exame negativo para mormo,obedecendo ao
prazo de validade e que estes não apresentem sintomas clínicos da
doença (MAPA, 2003).
Ernildo Arruda - Jornal Online Araripe Informado