Evandro Bezerra dos Santos, 42, ex-pároco de Cabrobó, no Sertão, recebeu pena de dois anos de reclusão
Pela primeira vez em Pernambuco, um padre da Igreja Católica é condenado pela Justiça por explorar sexualmente de adolescentes. Evandro Bezerra dos Santos, 42, ex-pároco do município de Cabrobó, no Sertão do estado, recebeu uma pena de dois anos de reclusão. Porém, ela poderá ser extinta se, durante quatro anos, o religioso cumprir uma série de proibições como não se aproximar de crianças, escolas, orfanatos e bares, além de não ingerir bebidas alcoólicas. O veredicto do juiz Marcus César Gadelha determinou ainda que, caso o réu falhe em qualquer uma, imediatamente será preso e ficará dois anos na cadeia.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) considerou a sentença muito leve e entrará com recurso para aumentar o tempo e exigir que seja cumprido em regime fechado. “Ficou comprovada a corrupção de menores, que é um crime contra a dignidade sexual, por isso recorri da sentença”, afirmou o promotor Júlio César Cavalcanti. Após a decisão judicial, que está sob sigilo, a igreja suspendeu temporariamente o direito do religioso de exercer o ministério.
As investigações começaram em 2008, quando o Conselho Tutelar procurou a polícia para denunciar que pelo menos dois adolescentes estavam sendo abusados pelo religioso, em troca de dinheiro ou presentes, na casa paroquial. As vítimas eram garotos que frequentavam a igreja ou que se encontravam em situação de rua. O religioso foi preso em 15 de agosto de 2012.
Memória
Outro caso recente envolvendo um líder religioso chocou o estado. O pastor Isac Bento Campelo, 30 anos, e da mulher dele, Ana Carla Domingos Gomes, 28, foram presos, em janeiro deste ano, acusados de abusar sexualmente de pelo menos cinco adolescentes do município de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. A primeira audiência de instrução e julgamento do casal está marcada para 15 de maio, no fórum da cidade.
A Polícia Civil de Pernambuco passou dois meses investigando as denúncias e comprovou, por meio de exames sexológicos e depoimentos de testemunhas, os abusos que estariam sendo praticados há cerca de um ano. As vítimas faziam parte de corais ou grupos jovens da Assembleia de Deus Ministério e Missões. Elas eram atraídas durante os ensaios ou retiros religiosos para a residência do casal, onde eram amarradas, abusadas e ameaçadas de morte caso contassem aos pais. Uma das vítimas, de 13 anos, relatou que o suspeito ameaçava enterrá-la no quintal dele. (Extraído do Diário de Pernambuco)
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