segunda-feira, 8 de abril de 2013

É ASSIM QUE VÃO ERRADICAR A MISÉRIA NO PAÍS?


Presidente de comissão da OAB vê indícios de extermínio em mortes de moradores de rua


O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, disse hoje (7) que há “fortes indícios” de extermínio nas mortes de moradores em situação de rua em Goiânia (GO). Desde agosto do ano passado foram assasinadas 26 pessoas na região metropolitana da cidade.

Damous considera que as ocorrências merecem uma investigação mais aprofundada e pretende se reunir com os integrantes da força-tarefa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que está em Goiânia desde ontem (6), para avaliar se a comissão da OAB poderá adotar alguma medida.

“Os relatos que tivemos por parte da força-tarefa são preocupantes, de acordo com o que foi dito pelos moradores de rua, pelas características dos assassinatos, há fortes indícios de que há uma sistemática de extermínio, de execuções sumárias”, disse.

Ontem (6), força-tarefa da Secretaria de Direitos Humanos chegou a Goiânia para ouvir relatos dos moradores em situação de rua. A missão pretende se reunir com representantes do Ministério Público e da Polícia Civil de Goiás para pedir a apuração imediata dos casos.

O presidente da comissão da OAB conversou por telefone com integrantes da força-tarefa e soube que os relatos dos moradores de rua contradizem a versão da polícia de que as mortes são consequência de desentendimentos entre os moradores de rua. Os relatos apontam o envolvimento de agentes públicos nos crimes. Damous ressaltou que os crimes não podem ficar impunes, independentemente de quem for o responsável.

Moradores de rua queimados seguem internados em estado grave

Morador de rua que foi queimado em Guarapari

Morador de Guarapari encontrou um dos homens com o corpo completamente queimado. "Ele gritava por socorro"

Dois moradores de rua que foram queimados na madrugada de quarta-feira seguem internados em estado grave. Ao todo, três pessoas foram vítimas do atentado, em Guarapari.  Eles foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192). Um outro morador de rua chegou a ser preso, suspeito de incendiar os demais, mas foi solto por falta de provas.
Segundo a polícia, em entrevista à TV Gazeta, Ivana Pereira Coelho, 26 anos, e um homem identificado como Reneildo, conhecido pelo apelido de Mineirinho, de 39 anos, estavam dormindo em um estande abandonado, na Praia do Morro, quando foram queimados. Reneildo foi levado para o hospital em estado grave, com quase todo o corpo queimado. Já Ivana teve queimaduras no braço, recebeu atendimento médico e foi liberada.
Em um ponto distante, também na Praia do Morro, Robson Correa Nascimento foi atendido pelo Samu. A idade não foi informada. Ele estava dormindo em uma avenida quando foi queimado. O homem foi levado para o hospital com queimaduras em 80% do corpo.
A polícia informou que, durante o atendimento, um objeto de malabares com fogo foi encontrado e apreendido próximo ao local. A polícia suspeita do envolvimento de um outro morador de rua, identificado como Cobra, no crime. Ele é o único que faz malabares desse tipo na região e está sendo procurado.
Um empresário que mora no bairro viu Reneildo agonizando de dor. Ele conta que acionou a polícia e o Samu 192, mas que o socorro médico demorou a chegar.
No entanto, a coordenação do Samu 192 nega a demora no atendimento. Por nota, informa que o chamado foi feito às 2h17 e às 2h19 uma unidade já estava no local. Disse ainda que uma segunda unidade foi enviada às 2h50.

"Ele dizia que estava grudado no chão, que não conseguia sair"
O empresário Edson Kilim, 44 anos, conta como foi encontrar o morador de rua Reneildo agonizando de dor e fala da frustração de não poder ajudá-lo.
Quando viu os feridos?
Por volta das 2 horas da madrugada. Eram muitos latidos de cachorro, gritos. O que ficou para trás - Reneildo - dizia: “socorro, estou aqui queimado”. Minha casa fica a 30 metros do local. Saí e vi um morador de rua tentando apagar o fogo do outro.
Como ele estava ?
Queimando. Ele dizia que estava grudado no chão, que não conseguia sair.
Qual foi sua reação?
Corri para casa e liguei para o Ciodes. Levei o telefone para perto dele para ver se, pela linha, conseguia alguma orientação. Começou a chover.
A PM chegou logo?
Sim. Bem rápido vieram quatro viaturas.

E o que fizeram?
Disseram que não poderiam fazer nada. Me orientaram a não tocar no rapaz, para esperar o socorro. Ele pedia água. Queria dar, mas fui impedido. Não sabia como agir. Ficamos sem ação, ele agonizava.
E a vítima?
Teve um momento que, desesperado, se levantou e disse que caminharia até o hospital. Coitado, a pele dele soltava, uma das mãos ficou deformada. Fiz as fotos porque tinha certeza de que o rapaz morreria e precisaria de provas para mostrar para todo mundo.
E o Samu?
Depois de quase uma hora. Mandaram ele caminhar e deitar na maca.
(Com informações da TV GAZETA)
Fonte: Da Redação Multimídia

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